Hospital de Campanha do Complexo do Maracanã não está funcionando em plena alta de infecções no Rio - Daniel Castelo Branco
Hospital de Campanha do Complexo do Maracanã não está funcionando em plena alta de infecções no RioDaniel Castelo Branco
Por O Dia
O Governo do Estado e a Prefeitura do Rio não cumpriram a promessa de abrir todos os leitos extras para o tratamento de covid-19. Os prazos dados pelas autoridades terminaram, respectivamente, sexta-feira (18) e neste sábado (19), mas o compromisso não foi integralmente cumprido.
Tudo isso em um momento em que o estado do Rio contabilizou 6 mortes pela doença e mais 705 casos nas últimas 24 horas. No total, são 407.575 casos de covid-19 e 24.479 óbitos registrados pelo último boletim, divulgado nesta segunda-feira.
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A Secretaria Estadual de Saúde se comprometeu a abrir 130 novos leitos para pacientes de covid-19 até sexta-feira, mas só cumpriu com 107, não entregando 23. No total, a rede estadual tem 582 leitos, sendo 303 de UTI adulto, 271 de enfermaria, 4 de UTI pediátrica, 2 de UTI neonatal e 2 de UTI obstetrícia.

No município, o prefeito Marcelo Crivella, afirmou, no início do mês, que seriam mais 170 leitos de enfermaria até este sábado. No entanto, apenas cinco foram abertos. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o restante, além de mais 50 UTIs, serão entregues até o dia 29, totalizando 220 leitos. Ainda segundo a pasta, a Prefeitura do Rio está com processo seletivo em curso para contratação de profissionais de saúde, com o objetivo de ampliar essa oferta. 

A taxa de ocupação de leitos de UTIs para covid-19 na rede SUS - que inclui unidades municipais, estaduais e federais - na cidade do Rio está em 90%. Já nas enfermarias está em 80%. A capital tem 1.462 pessoas internadas em leitos especializados, sendo 634 em UTI.
Até o momento, 257 pessoas aguardam na fila por transferência para leitos na capital e na Baixada Fluminense, sendo 160 para UTI. A rede municipal de saúde conta atualmente com 923 leitos dedicados exclusivamente para o tratamento do coronavírus.
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NOVAS AÇÕES

Com o Rio contabilizando maior número de mortes pela doença no mês de dezembro, acima até de São Paulo que possui mais casos, o Ministério Público e a Defensoria Pública ajuizaram ação para que o município volte a adotar medidas restritivas de enfrentamento à pandemia. Na decisão, levou-se em consideração que "foi ponderado o risco real de esgotamento do sistema de saúde, tendo em vista que o plano de abertura de leitos muito dependente de amplas contratações de pessoal e aquisição de insumos, cenário que vale para todos os leitos potenciais". A ação prevê a aplicação de multa diária ao prefeito Marcelo Crivella, no valor de R$ 50 mil, em caso de descumprimento.

Entre as medidas sugeridas pelo Comitê Científico, em reunião realizada no último dia 2 de dezembro, estão a limitação do horário de funcionamento de bares e restaurantes até as 22 horas, a proibição de pistas de dança, o fechamento de escolas e creches municipais e creches conveniadas, a proibição de eventos e feiras de negócios e exposições, a proibição de permanência na areia da praia e do banho de mar, assim como de atividades esportivas individuais e coletivas nos locais, e a adoção de medidas de fiscalização e diminuição da lotação de ônibus, BRT e VLT para até 50% da capacidade.