Ambos os delegados estavam lotados na 151a DP à épocaReprodução Rede Sociais

O Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio (Gaeco/ MPRJ) cumpriu mandados de busca e apreensão contra dois delegados da Polícia Civil do estado nesta segunda-feira (29), em Nova Friburgo e no Carmo. Henrique Paulo Mesquita Pessoa, titular de Nova Friburgo, e Júlio César Pyrrho de Carvalho, da delegacia de Carmo, são acusados de pedir R$ 5 mil para cada uma de duas vítimas para não investigar um suposto crime eleitoral em Nova Friburgo, em 2022.
Os dois policiais foram denunciados pelo Gaeco/MPRJ pelo crime de concussão, ato criminoso praticados por funcionário público contra a administração. Consiste em exigir, para si ou para outra pessoa, vantagem indevida. A pedido do Ministério Público, os mandados da Operação Aedos foram expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Nova Friburgo.
Segundo informações apuradas em procedimento investigatório criminal (PIC) do Gaeco/MPRJ, na época dos fatos, os delegados estavam lotados na 151ª DP (Nova Friburgo). O crime aconteceu em 07 de novembro de 2022. No último dia 4, Henrique Pessoa, que até então era titular da delegacia foi transferido para comandar a distrital de Carmo. Júlio César Pyrrho permanece na DP de Nova Friburgo.

A denúncia descreve que os delegados exigiram de duas vítimas, no exercício da função e dentro da própria delegacia, o valor R$ 5 mil de cada uma. A exigência seria para não dar prosseguimento às investigações referentes a um registro de ocorrência sobre eventual crime eleitoral, em trâmite naquela delegacia. As vítimas procuraram a Corregedoria de Polícia Civil e o Ministério Público para denunciar o crime.

Em grego, o termo que dá nome à operação, Aedos, significa vergonha. A ação tem o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Corregedoria de Polícia Civil.

Defesa

Em nota ao SBT, a defesa do delegado titular de Nova Friburgo, Henrique Paulo Mesquita Pessoa, afirmou que a operação causou “enorme perplexidade” ao cliente. “Apesar do grande desconforto gerado pelo cumprimento da medida extrema e desproporcional — que resultou apenas na apreensão de seu telefone celular, sem a descoberta de eventuais bens, documentos ou valores de cunho comprometedor —, o Dr. Henrique Pessoa está com a consciência tranquila e plenamente convencido de que provará a sua inocência no curso do processo”, diz a nota.
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