Por paulo.gomes

Rio - Cerca de 150 manifestantes bloquearam parcialmente um trecho da BR-116, rodovia que liga o Rio de Janeiro a Teresópolis, na tarde de ontem. O motivo do protesto é o fechamento de uma passagem existente no Quilômetro 133,5, na altura da praça do pedágio de Piabetá, em Magé, na Baixada Fluminense. O local funciona como rota de fuga para motoristas. Moradores tentaram fechar as vias por diversas vezes, mas foram impedidos por policiais militares do 34º BPM (Magé).

LEIA MAIS: Carreta tomba e interdita a Serra de Petrópolis no sentido Juiz de Fora

Houve princípio de confusão, mas ninguém ficou ferido. As duas pistas foram liberadas quatro horas após o início do protesto. Os manifestantes gritavam palavras de ordem e carregavam diversos cartazes protestando contra a CRT, concessionária que administra a rodovia. “Querem trancar a gente de qualquer jeito, como se fosse bicho. Vamos ficar ilhados. Se fechar, nada vai entrar aqui, nem mesmo ambulância”, questionou o comerciante Renato Couto, de 25 anos, morador do bairro Vila Recreio.

Manifestação reuniu cerca de 150 moradores%2C que bloquearam um trecho da rodovia. Policiais militares impediram que fechassem outras vias Foto de leitor

A CRT Ponte, que administra o trecho da rodovia, afirma que dispõe de ordem judicial que autoriza o fechamento do acesso e que está dentro do prazo determinado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para a erradicação das manobras irregulares. De acordo com a empresa, a passagem deveria ser usada apenas por moradores da região e veículos de emergência, “mas vem sendo usada indevidamente para retorno de veículos pesados e por não residentes.”

LEIA MAIS: Manifestação fecha a Via Dutra em Nova Iguaçu

A CRT disse ainda que os moradores não serão prejudicados com a decisão. Segundo a empresa, eles serão cadastrados e não precisarão pagar o pedágio, desde que façam o retorno após as cabines em até cinco minutos. Segundo a CCR, o procedimento será válido também para parentes diretos dos moradores cadastrados e veículos de carga em entregas para os estabelecimentos do local.

O valor do pedágio da Rio-Teresópolis foi contestado no final do ano passado. Atualmente, é de R$ 12,20 para carros, quando deveria ser de R$ 11,90, segundo o Ministério Público Federal. O MPF recomendou à ANTT que alterasse o cálculo. O mesmo também deveria ser feito pela Concessionária NovaDutra, que administra a Via Dutra.

Aproximadamente 150 pessoas participaram nesta terça-feira de um protesto na Rodovia Rio-TeresópolisDivulgação

Prefeitura quer isenção para todos

O secretário de Governo de Magé, José Carlos Faria, disse que a prefeitura entrará ainda esta semana com representação no Ministério dos Transportes para tentar mudar o local do pedágio, que, segundo ele, “teria que ter sido construído na divisa dos municípios, conforme regia o contrato, e não nos 10 primeiros quilômetros da rodovia”.

Faria disse ainda que, para amenizar o problema, “a prefeitura pretende negociar com a CRT para que todos os carros com placa de Magé passem pelo pedágio sem pagar, além de melhorar os acessos de Bongaba, onde há os desvios”.

O imbróglio se arrasta por mais de três anos. Após a prefeitura asfaltar ruas do entorno da rodovia no segundo semestre de 2014, o local ganhou uma ‘feirinha’ informal. Sem buracos e com estradas iluminadas, moradores aproveitaram o verão para faturar uma renda extra. São cerca de 20 barraquinhas, sendo 80% delas sacolões.

Você pode gostar