Por thiago.antunes
Rio - A falta de informação por parte do novo prefeito do Rio em relação ao desligamento de pardais da cidade vem deixando cariocas com dor de cabeça. Muitos estão localizados em áreas de risco, onde o número de assaltos e roubos de veículos é grande. O motorista não sabe se reduz a velocidade e corre o risco de entrar para a estatística ou se acelera e acaba multado.
É louvável a intenção da prefeitura em reduzir o número de equipamentos de fiscalização, que gerava muitas dúvidas aos cariocas em relação à arrecadação e a possibilidade de uma ‘indústria de multas’.
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Porém, acredito ser de fundamental importância que ele explique e mostre o quanto está sendo arrecadado e onde está sendo aplicado esse dinheiro; pois até o momento não sabemos se esses equipamentos que brotavam da noite para o dia tinham a finalidade de ajudar o trânsito ou arrecadar.
Vale ressaltar que chegam aos órgãos públicos inúmeras reclamações sobre a instalação e a falta de sinalização adequada. De janeiro até agosto do ano passado já haviam sido arrecadados mais de R$ 58 milhões em infrações de trânsito.
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Lembramos ainda que o Denatran determina que 5% da receita proveniente da arrecadação com a aplicação de multas de trânsito deva ser depositado no Fundo Nacional de Segurança de Trânsito. Só em 2015 foram R$ 187milhões com multas. Para onde foi essa verba?
Leis são para serem cumpridas, e não discutidas. Nesse contexto estão incluídas as normas de trânsito, que devem ser respeitadas por todos nós; mas o que vinha acontecendo é que, da noite para o dia, equipamentos apareciam sem a devida sinalização e criando pegadinhas.
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Qual seria a verdadeira intenção com a proliferação desses pardais? Educar ou arrecadar? Essa é uma pergunta difícil de ser respondida, pois vale lembrar que na gestão anterior mais de 80% dos recursos apresentados pelos motoristas nas Jaris foram indeferidos.
Esperemos que o novo prefeito realmente tenha um pouco mais de sensibilidade em relação ao cuidar das pessoas, como apregoou na campanha, e que esse cuidar seja em todas as áreas, principalmente no que diz respeito aos direitos dos cidadãos que pagam seus impostos e precisam ter seus direitos garantidos.
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Em relação aos pardais, acredito que punir o erro praticado, o abuso de velocidade ou o avanço de sinal é uma coisa. Agora, multar indiscriminadamente é completamente inaceitável.

Dionísio Lins é deputado estadual pelo PP