Marcos Espíndola - advogado criminalistaDivulgação

Após três anos, o Rio de Janeiro voltou a ser Rio de Janeiro, com verão de 40 graus, Carnaval em fevereiro e as ruas tomada pela folia. Sim, passada a pandemia é bonito vermos a cidade brilhando novamente, com a Sapucaí cheia, com milhões de pessoas protagonizando um dos maiores espetáculos da terra. Diz a sabedoria popular que “depois da tempestade vem a bonança” e que assim seja em todos os aspectos. O cidadão carioca merece.

A pandemia trouxe uma vivência inimaginável para todos nós. Cidade vazia, o medo pairando no ar, muita tensão, notícias sucessivas de óbitos e a alegria, peculiar do carioca, dando espaço para o silêncio ensurdecedor. Um tempo que desfigurou, especialmente, a imagem da Cidade Maravilhosa. Sabemos que somado a isso tem outros inúmeros problemas a serem resolvidos na cidade, dentre eles a própria segurança pública que abordamos constantemente em nossas reflexões.

Por tudo isso, ver as ruas preenchidas por foliões, sorrisos e músicas trouxe a sensação de paz, harmonia e alegria que há tempos aguardávamos. Como diz a música “Cariocas são bonitos; cariocas são bacanas; cariocas são sacanas; cariocas são dourados; cariocas são modernos; cariocas são espertos; cariocas são diretos; cariocas não gostam de dias nublados...”. E é isso. Somos a espontaneidade em pessoa, a evidência da irreverência e se o país (como o mundo todo) sentiu o impacto do isolamento social, imagina o carioca?

Segundo as autoridades sanitárias e a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia ainda não passou, mas, é verdade, que o avanço da vacinação trouxe um ambiente mais controlado e seguro, próximo da normalidade, o que permitiu, como fênix, assistirmos o ressurgimento do Rio de Janeiro como ele, verdadeiramente, é, ensolarado e com alto astral.
Convencionou-se dizer que o ano só começar pra valer após o Carnaval. Brincadeiras à parte, fica o desejo de que o ano, que ainda está no seu começo, seja exatamente como foi esse Carnaval no Rio. Momentos de reencontro, de reaproximação, de abraços e beijos. A alegria pairando no ar, o respeito ao próximo prevalecendo e a busca pela paz sendo um objetivo comum. A virada de chave que estávamos precisando depois de tanta polarização, discursos de ódio e desavença.

Que possamos seguir assim, em tempos de paz, o Rio sendo Rio e nós sendo cariocas na essência do que isso significa.
Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública