Amanda AlmeidaDivulgação

Março é reconhecido internacionalmente como o mês das mulheres e uma grande oportunidade para falarmos sobre questões importantes como saúde e trabalho.

Dados do IBGE revelam a crescente participação das mulheres nos indicadores da economia brasileira: 37,3% são responsáveis pelo sustento de suas famílias e, mais do que falar sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho destacam-se as grandes barreiras que elas ainda enfrentam para manterem-se nele, como a persistente desigualdade salarial, falta de espaço para ascensão na carreira, inexistência de mulheres em alguns segmentos de trabalho, duplas ou triplas jornadas e até mesmo a conciliação do trabalho com a maternidade.

O último Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam) aponta que são elas quem ocupam a maioria dos espaços que envolvem o cuidado, sejam domésticos ou das famílias em geral, mas também nas profissões que exercem. Além do trabalho, as mulheres dedicam em média 21,3 horas por semana às atividades de afazeres domésticos ou cuidados de pessoa, enquanto os homens destinam apenas 11,7 horas semanais.

São inquestionáveis os muitos ganhos do trabalho para as mulheres, como seu crescimento pessoal, emocional, intelectual, social e, claro, ganhos financeiros. Mas conhecemos também os desafios que conciliar esta dinâmica de vida pessoal com o trabalho pode trazer à saúde das mulheres: elas adoecem com mais frequência.

A saúde mental merece destaque: um estudo publicado na Revista Lancet revela que 67% dos novos casos de transtornos depressivos e 68% dos novos casos de transtornos de ansiedade foram registrados em mulheres.
Neste sentido, as empresas podem ser aliadas das mulheres, estimulando e apoiando cuidados de saúde adequados, com especial atenção à saúde mental, resultando em uma força de trabalho feminina mais saudável e produtiva.

As equipes de Saúde Ocupacional, por exemplo, podem realizar o planejamento de ações mais voltadas às questões da mulher e além de programas direcionados ao bem-estar, saúde mental e qualidade de vida.

Por fim, as empresas devem desenvolver estratégias de contratação e remuneração mais equalitárias, formação contínua e oportunidades para que as mulheres alcancem e se mantenham em cargos de liderança.

Compreender que a maternidade exige mais da mulher em determinadas fases e estabelecer políticas de apoio à parentalidade e à saúde reprodutiva para homens e mulheres, já que a educação e cuidados dos filhos não precisam estar relacionados a apenas um dos gêneros. Além disso, empresas que adotam essas medidas não apenas fortalecem suas equipes, mas também contribuem para uma sociedade mais equitativa e consciente.
Amanda Almeida é gerente de Gestão de Saúde da Géia Consultoria e Corretora de Seguros, Enfermeira e Gerontóloga. Possui 20 anos de experiência na área. É formada em Enfermagem pela Unicamp, com especialização em Gerontologia e Promoção à Saúde pela Universidade de São Paulo (USP)