Janaísa Viscardi, Paulo Roberto Pires e Juan de Souza Gabriel, mesa de debate da FlipDivulgação/CCR- Charles Trigueiro

Paraty - O Grupo CCR, empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, está na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), que acontece de quarta-feira (9) até domingo (13), na cidade histórica da costa verde. A companhia oferece transporte para que comunidades tradicionais tenham acesso ao evento. Além de compor, durante três dias da programação, mesas de debates com a presença de escritores, jornalistas, tradutores e pesquisadores acadêmicos.

Os debates irão abordar temas como mobilidade urbana, combate às mudanças climáticas e jornalismo literário. Este último assunto está relacionado ao jornalista e autor João do Rio, homenageado na Flip, cuja apresentação reuniu mais de 70 pessoas
A Companhia oferece transporte gratuito por meio de vans e barcas para os moradores de comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas da região participarem do evento literário. Para a mobilidade desses moradores dos locais de difíceis acessos, seis rotas até o centro histórico foram planejadas com horários definidos de acordo com a programação do festival. 

Em linha com sua agenda de sustentabilidade, o Grupo CCR também implementou a coleta seletiva de resíduos na Flip, em colaboração com a Associação de Catadores e Catadoras de Recicláveis de Paraty. Um carrinho elétrico está percorrendo a área do evento, recolhendo materiais recicláveis e destinando para uma caçamba instalada na praça.
Especial: Casa Flip+ CCR: Escrever é saber a hora de terminar o texto

A primeira mesa na Casa CCR, durante a 22ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), aconteceu hoje (10) e abordou as ambiguidades da informação. O que, afinal, torna um texto claro? A linguista e produtora de conteúdo Janaísa Viscardi e o jornalista, editor e colunista da Quatro Cinco Um, Paulo Roberto Pires, conversaram sobre o assunto em um painel mediado pelo jornalista, Juan de Souza Gabriel. O debate faz parte da programação gratuita oferecida pelo Instituto CCR, patrocinador e parceiro oficial de mobilidade da Flip.

Jana, que está lançando o livro “Como Escrever Sem Medo”, afirmou que o título de sua obra é uma falácia, arrancando risadas dos presentes que lotaram o espaço. O público ocupou os 30 lugares disponíveis e ainda havia cerca de 40 pessoas que acompanharam o debate em pé. “Mesmo que você compre meu livro e leia, vai continuar com medo de escrever”, ela afirmou, contando que nesse momento está apreensiva para terminar seu segundo livro, que aborda a linguagem jornalística. 

Jana contou um pouco da sua origem; "a mãe era professora de sítio na cidade de Votuporanga, no interior de São Paulo, e ela teve, ainda na infância, uma redação publicada no jornal da cidade".

Paulo Roberto disse que cresceu em uma casa cheia de livros, pois seus pais se preocupavam que ele convivesse com a literatura. Fez jornalismo, achou que essa era a pior profissão do mundo, virou editor de livros, trabalhando nas editoras Planeta, Agir e Ediouro – e hoje edita a revista Serrote e escreve para a Quatro Cinco Um. “Posso dizer que atualmente ser jornalista é o que eu mais gosto de fazer”, ele afirmou para explicar que o escrever, para ele, se confunde com o editar.

A hora de terminar o texto

Na troca de ideias com o público presente, que lotou as cadeiras e ainda o espaço em pé, uma dica infalível para quem almeja redigir uma boa redação, ambos afirmaram que um grande aliado da escrita é o prazo. Paulo cita Millôr Fernandes como um exemplo de sucesso, que nunca entregou um trabalho que não fosse motivado pela encomenda. “Pragmatismo é essencial. Quando você tem que acabar, fica motivado. Especulação só afasta de escrever. O prazo, entretanto, eu cumpro para tudo – menos para a biografia do meu avô, que estou escrevendo há anos e nunca acabo, que os editores não me ouçam”, brincou, arrancando risos da plateia.


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