Primeira oficina da pesquisa, no Cefet-RJ, campus PetrópolisFoto: Divulgação

Petrópolis - O 1º Simpósio Ação Pública e Inovações Sociais de Petrópolis, evento que marca o encerramento do primeiro ciclo do projeto de pesquisa “Cartografia do Ecossistema de Inovações Sociais de Petrópolis”, acontece na próxima sexta-feira, dia 11 de outubro, na UNIFASE, durante o dia todo. A programação inclui mesas com pesquisadores de observatórios de inovação social de outros estados e cidades; com atores de suporte, como universidades, centros de pesquisa e empresas; dois painéis expositivos com participação de quatro iniciativas de inovação social de Petrópolis em cada um deles; além de intervenções artísticas.
O Simpósio contará com a presença ilustre da professora e pesquisadora da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Maria Carolina Martinez Andion, pioneira nos estudos sobre inovações sociais no país e coordenadora do Observatório de Inovação Social de Florianópolis (OBISF). Além de participar da mesa com representantes de outros observatórios de inovação social na parte da tarde (14h), Carolina fará a conferência inaugural, marcada para as nove e meia da manhã. Para a pesquisadora, o simpósio é uma oportunidade para encontrar colegas e parceiros que estão trabalhando para reforçar a inovação social em várias regiões do país. “O encontro na mesa Observatórios de Inovação Social e Desenvolvimento Democrático é uma marco para constituir uma rede de colaboração em torno dos Observatórios de Inovações Sociais no Brasil que estamos construindo coletivamente e que visa compartilhar enfoques analíticos, metodologias e instrumentos que reforcem os ecossistemas de inovação social nas cidades e regiões brasileiras. Esta rede também está sendo construída em diálogo com diversos parceiros internacionais e será reforçada com o projeto "Rede colaborativa para favorecer a inovação social na ciência e nas políticas públicas: articulando pesquisa, ensino e extensão" que teve início em 2024, financiado pela CAPES PROEXT e do qual o projeto em Petrópolis, coordenado pelo professor Gustavo Costa faz parte”.
A equipe de pesquisadores do projeto vem trabalhando, desde agosto de 2023, no mapeamento e reconhecimento da rede de iniciativas de inovação social da cidade, ou seja, organizações populares, da sociedade civil, formais ou não, que estão buscando soluções inovadoras para os problemas públicos de Petrópolis. O trabalho também passa pelo mapeamento e reconhecimento de outros atores sociais que interferem e participam deste ecossistema, como os atores de suporte, instituições capazes de oferecer apoios diversos às iniciativas de inovação social. Esse papel será debatido na mesa “A importância do apoio às iniciativas de inovação social”, marcada para as 15 horas. Entre os participantes estão representantes da UNIFASE; do Instituto Philippe Guedón (IPG), que é proponente do projeto junto à Faperj e fundamental na realização do simpósio; do Cefet-RJ; e do Serratec. A mesa será mediada pela coordenadora do Centro Educacional Terra Santa, Andrea Fecher, organização com mais de 100 anos de trabalho na cidade e que transita entre iniciativa de inovação social e ator de suporte.
Gerente executiva do Serratec, Thaís Ferreira, comentou sobre a importância do projeto e as expectativas com o simpósio. “Para nós, do Serratec, inovação é em si ignição, é centelha para mudanças que queremos empreender, seja por meio da inovação tecnológica, da inovação social ou de qualquer tipo de inovação. Por isso, celebramos e apoiamos o mapeamento das inovações sociais de Petrópolis, porque é uma iniciativa que explicita e organiza a capacidade das pessoas que habitam o território em propor soluções inovadoras que causam impacto tangível na vida das pessoas e no bem-estar da comunidade. E o Simpósio será um momento muito importante para conhecermos o que foi mapeado, interagirmos com o que está em curso e nos conectarmos em rede para que as mudanças aconteçam!”.
Oito iniciativas de inovação social - entre elas o Terra Santa - participarão dos dois painéis expositivos, quatro delas na parte da manhã, às 11 horas, e quatro na parte da tarde, no painel marcado para as 16h30.
No painel da manhã estarão a Associação Amigos da Mata, que trabalha com reforço escolar e atividades recreativas e esportivas para crianças da área rural de Secretário; O Instituto Todos Juntos Ninguém Sozinho (TJNS), que promove ações de combate à desigualdade de gênero e ao racismo ambiental na busca por justiça climática; o projeto Vale das Videiras em Transição, que trabalha não apenas com o cuidado com os corpos hídricos e a restauração florestal, mas com o fortalecimento da economia local e a expansão da participação social na organização local em diferentes frentes; e o Grupo Teatral Povo do Cafundó, que busca combater a falta de acesso à cultura e à arte e a defasagem no uso do teatro como forma de conscientização social de crianças e adolescentes através de performances teatrais e contações de histórias em espaços públicos, comunidades e escolas da cidade. No painel da tarde estarão o Instituto Beneficente Ampla Visão, que trabalha para combater a vulnerabilidade social nas comunidades da cidade; o Centro Educacional Terra Santa; a Oficina Figurino Carioca, que busca capacitar e gerar renda para mulheres em situação de vulnerabilidade social através de trabalhos de artesanato e manualidades; e o projeto Elas na Serra, da Comunidade São João Batista, no Duarte da Silveira, que presta assistência a mulheres vítimas de violência.
"Esperamos, através do Simpósio, fortalecer e divulgar o trabalho desenvolvido pela Associação Amigos da Mata, além de conhecer novas iniciativas, agregar experiências e contribuir para o sucesso dessa importante iniciativa que beneficiará muitas entidades”, relatou a professora da Amigos da Mata, Vanessa Marquesim.
O simpósio também marcará o lançamento da plataforma do OBISP, o Observatório de Inovação Social de Petrópolis. A plataforma é uma ferramenta de pesquisa colaborativa pública e gratuita que irá disponibilizar os dados recolhidos de forma organizada através de uma base cartográfica, mapas e gráficos, com o objetivo de fortalecer e dinamizar a rede de atores sociais que se mobilizam para enfrentar os desafios da vida social na cidade.
O projeto de pesquisa Cartografia do Ecossistema de Inovações Sociais de Petrópolis é coordenado pelo professor Gustavo Costa, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ippur/UFRJ), em parceria com o Instituto Philippe Guédon de Gestão Participativa (IPG), de Petrópolis, responsável pela submissão do projeto de pesquisa, que foi contemplado em 2023, à Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) no edital do programa pesquisador na empresa. Até o momento, o projeto já identificou mais de 400 iniciativas de inovação social da cidade, dentre as quais, 55 já foram entrevistadas. Também foram entrevistados 11 atores de suporte.
O 1º Simpósio Ação Pública e Inovações Sociais de Petrópolis, marcado para o dia 11 de outubro, vai acontecer na Sala Arthur Sá Earp Neto, na UNIFASE, entre 8h e 19h. Para confirmar presença e conferir a programação, basta acessar e preencher o formulário https://forms.gle/uqjCkFfjYTEX9XWE6 .