Leda Mota passou a noite na delegacia e aguarda audiência de custódiaDivulgação
Leda Mota, de 44 anos, relatou durante a manhã, por meio de vídeos na sua rede social, as agressões que estava sofrendo do companheiro, com quem é casada há 20 anos. O homem, visivelmente alterado, agrediu a esposa, destruiu vários móveis e jogou objetos na vítima.
Na unidade, a candidata pediu para que fosse atendida por uma mulher. Ela prestou depoimento a uma policial do Núcleo de Atendimento à Mulher (NUAM). Segundo o boletim de ocorrência (BO), em determinado momento, o delegado titular perguntou à vítima se ela gostaria de registrar o crime contra o marido. Foi quando, exaltada por toda a situação de violência doméstica, Leda teria gritado e ofendido o delegado e outros policiais.
No termo de declaração, o delegado titular Michel Floroschk, destacou que a confusão acabou atrapalhando o atendimento de outras ocorrências na delegacia, bem como a transferência de presos para audiências de custódia, já que toda a equipe se mobilizou em torno do ocorrido. Ele também afirmou que, após o tumulto, entendeu que a vítima "visava sua promoção eleitoral nas redes sociais. Que sente muito por todo o ocorrido, mas a delegacia de polícia não é picadeiro".
A candidata foi presa por desacato e por interrupção de serviço público essencial, o que garante o flagrante. Amigos e apoiadores fizeram vigília na frente da delegacia com o intuito de denunciar a violência sofrida pela mulher e pedir por sua liberdade. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ) publicou uma nota em sua rede social pedindo ajuda a colega de partido: “GENTE! PRECISAMOS DENUNCIAR ISSO! A candidata à vereadora de Resende (RJ) pelo PCdoB, Leda Mota, foi ESPANCADA pelo marido, teve a casa quebrada e ao ir à delegacia local pedir ajuda FOI PRESA POR DESACATO. Precisamos de ajuda de todos da região. É um absurdo!!!”.
Em nota, a defesa da mulher afirmou que como não cabe prisão em flagrante no crime de desacato, o responsável pela lavratura do auto de prisão em flagrante, em verdadeira manobra jurídica, enquadrou o crime como interrupção de serviço público essencial (artigo 265, Código Penal), esse que possui pena máxima de cinco anos, portanto, forçando a possibilidade de prisão em flagrante.
Inspetora da polícia se pronuncia sobre prisão de candidata a vereadora agredida pelo marido.#ODia
— Jornal O Dia (@jornalodia) October 23, 2020
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