Projeto, que já revelou talentos, está precisando de doações de todos os tipos de materiais esportivos, como bolas, chuteiras, meiões, calções, coletes e conesDivulgação
Quem pede ajuda e parcerias é o criador do projeto e responsável pelas atividades esportivas, Matheus Mendes Conceição. “Iniciamos nossas atividades em maio de 2020, era uma área particular. Nesse período utilizávamos um campo anexo ao campo principal, mas depois a parceria chegou ao fim. Foi um desafio enorme tendo em vista que não existe nenhum espaço público para a prática do esporte num raio de 2 quilômetros. Nosso projeto é totalmente gratuito. Hoje temos 23 meninos e uma menina, mas nem todos têm condições para comprar seu material. Alguns atletas utilizam chuteiras que foram doadas por amigos, e as devolvem ao final das atividades”, explica Matheus.
O projeto, que funciona aos sábados na Estrada Campo Alegre, s/nº, próximo ao condomínio residencial José Metódio no bairro Jardim da Fonte, foi montado de forma improvisada para atender uma necessidade do bairro: lazer e esporte para as crianças. “Hoje nós ocupamos um terreno que, a um tempo atrás iria receber um estádio, mas o projeto não foi para frente e a área ficou sem serventia. Aí nós aproveitamos já que eles limparam o terreno, e organizamos tudo, com a ajuda de um colega, ex-motorista, que se aposentou. O Nilcemar, conhecido como "Nilshow, contribuiu para a aquisição das primeiras balizas de madeira com seu próprio dinheiro, e nos firmamos no local”, lembra.
Além de ajuda para o projeto, Matheus pensa em mais melhorias em seu bairro. “Hoje nós temos a Alexa, de 9 aninhos.Ela pratica jiu-jitsu em um outro projeto, e tem bastante habilidade para o futebol. Sempre que pode, quando tem disponibilidade, ela comparece ao projeto, mas é um pouco desconfortável, pois nós não temos vestiário, então fica complicado até para convidar outras meninas. Hoje, além de parcerias e doações para o nosso projeto, nosso sonho é que o bairro Jardim da Fonte receba uma estrutura completa para prática esportiva, com campos, quadra, pista de corrida e aparelhos para musculação.
O projeto Meninos da Fonte está precisando de doações de todos os tipos de materiais esportivos, como bolas, chuteiras, meiões, calções, coletes e cones (novos ou seminovos). Quem puder ajudar basta entrar em contato via direct no instagram @meninosdafonte
História
Matheus Mendes Conceição está no quarto período em bacharelado em educação física, e conta que o que lhe deu mais vontade de estudar e voltar para sala de aula foi justamente o projeto Meninos da Fonte, para oferecer um trabalho com maior qualidade do que é oferecido hoje. De acordo com Matheus, o projeto nasceu de uma necessidade do bairro, quando as crianças estavam estudando em casa ainda por conta da pandemia.
“Muitas das crianças do bairro não tinham acesso à internet, por isso estavam sem estudar.
Um professor já oferecia as atividades para as crianças, mas não voltou após a pandemia.
Como eu sempre treinei o meu filho, e estes meninos ficaram sem professor, vi a oportunidade e aceitei o desafio. O projeto só tinha uma bola, que no segundo treino já furou. Meu irmão de consideração me ajudou e contribuiu com a ideia de uma rifa. Muita gente ajudou e conseguimos comprar duas bolas. Outra pessoa também ajudou com doação. O dono de uma área particular nos autorizou a realizar alguns treinamentos ali, dentro das medidas protetivas. Ficamos ali mais ou menos durante um ano e meio, mas aí perdemos a concessão e ficamos meio nômades no nosso bairro mesmo, que é muito carente de área de lazer. Na verdade o projeto nasceu no improviso, sem material adequado e através de doações, pois algumas crianças não tinham nem chuteiras ou material adequado”, conta.
Talentos
O projeto meninos da fonte tem atletas fixos, mas também participam alguns que visitam parentes no local. Para se inscrever e participar basta ir aos sábados no local de treinamento, que é de graça.
Nestes quatro anos o projeto já revelou talentos. “Hoje meu filho Arthur Toledo Mendes faz parte de um clube de Santos, em São Paulo. Também tivemos o Cauã, que jogou um tempo atrás conosco e hoje está no sub-17 do São Paulo. Tem outros atletas que estão em outros times aqui da cidade. Tenho orgulho de ter ajudado estes meninos, após ter passado um período conosco, a ter conseguido dar sequência ao sonho de ser jogador de futebol”, finaliza.
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