Por clarissa.sardenberg
Rio - Familiares da enfermeira Aline de Paula Pereira, morta a tiros aos 31 anos, na noite desta segunda-feira, em uma tentativa de assalto na Avenida Brasil estão indignados. O viúvo, Dulcinei, está em choque e não conseguiu falar com a imprensa, na manhã desta terça-feira, mas seu irmão, Daniel Veridiano, desabafou: "Não tivemos coragem de contar às crianças o que aconteceu com a mãe deles". O relato ocorreu no Instituto Médico Legal (IML), no Centro do Rio, durante a liberação do corpo.
Enfermeira junto com o marido e dois de seus filhos Reprodução Internet

Aline era mãe de crianças de 3, 6 e 12 anos. Segundo o cunhado, ela estava sem receber salário no hospital em que trabalhava em Nova Iguaçu, na Baixada, e por esse motivo recorreu ao Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, Zona Oeste.

Ela levou um tiro na cabeça ao ser abordada por criminosos na altura de Vila Kennedy, na Avenida Brasil, após sair de um plantão.

"Ela estava trabalhando lá porque não pagavam o salário dela onde ela tinha que estar", disse o cunhado. Ele fez uma comparação de sua família e de outras vítimas da violência com familiares de presidiários que serão indenizados por serem vítimas em rebeliões.

"Não vamos receber nenhuma ajuda do governo por sermos vítimas e nem nosso salário que é o mínimo estamos recebendo", completou. Segundo ele, a sensação que fica é de que "a melhor coisa é não trabalhar e sim roubar".