Projeto Museu Nacional Vive prevê reinauguração parcial em 2021
Segundo a reitora da UFRJ a expectativa é que seja entregue até 2026 o museu completamente reconstituído e com novas exposições
Por O Dia
Rio - Projeto Museu Nacional Vive divulgou nesta quinta-feira (17) o balanço de 2020 do Museu Nacional/UFRJ e as perspectivas para 2021 em coletiva de imprensa feita pela reitora da UFRJ, Profa. Denise Pires de Carvalho, o diretor do Museu Nacional/UFRJ, Prof. Alexander Kellner, o representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, Júlio Costa Leite, o representante do Instituto Cultural Vale, Hugo Barreto, e a representante da UNESCO, Isabel de Paula.
“A perspectiva é que, em 2021, abramos este novo espaço e que, em 2022, reinauguremos pelo menos uma parte do nosso Palácio no ano do bicentenário da Independência do Brasil. Entre 2025 e 2026, esperamos entregar para a sociedade brasileira um museu integralmente reconstruído com as novas exposições", diz a Reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho.
Publicidade
O Projeto Museu Nacional Vive, resultado de uma cooperação técnica entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e o Instituto Cultural Vale, anuncia a chegada do Bradesco ao conjunto de instituições que patrocinam a reconstrução do Museu.
O incentivo cultural, no valor de R$ 50 milhões, será gerenciado pela Associação Amigos do Museu Nacional (SAMN) que, desde 1973, cuida do patrimônio do Museu e auxilia na execução de projetos científicos, administrativos e culturais da instituição. O diretor do Museu Nacional/UFRJ, Alexander Kellner, comemora “as muitas conquistas de 2020, a despeito da pandemia que tomou o mundo como refém. São vários os projetos e novas parcerias realizadas, com outras em andamento, que devem ser anunciadas em breve”.
Publicidade
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que também patrocina o Projeto, confirma um novo aporte de recursos. De acordo com o Superintendente de Gestão Pública e Socioambiental do BNDES, Júlio Costa Leite, “com esse novo contrato de R$ 28,3 milhões, o apoio do BNDES ao Museu Nacional totalizará R$ 50 milhões."
"São recursos para reforma do telhado, da biblioteca central e do novo prédio administrativo, esse já em funcionamento. Mas entendemos que é preciso mais, e por isso, estamos estruturando o fundo patrimonial para dar sustentabilidade financeira ao Museu e atrair novos investidores. E mais, os recursos do Banco permitirão ao Museu estreitar a interação com a sociedade, com atividades e exposições itinerantes durante a sua reconstrução”, finaliza.
Publicidade
Proteção dos elementos artísticos do Paço
Alguns elementos ornamentais e artísticos do Jardim das Princesas e do Paço de São Cristóvão, como a escadaria monumental, forros, pisos e pinturas decorativas resistiram ao incêndio de 2018; e serão higienizados e protegidos a partir de janeiro. O contrato de serviço com uma empresa especializada na restauração de patrimônio histórico e cultural é resultado de uma licitação coordenada pela UNESCO no Brasil; e tem o objetivo de resguardar os elementos, preparando-os para a fase de obras nas fachadas e telhados.
“A Representação da UNESCO no Brasil saúda a chegada do Bradesco ao grupo de instituições que está viabilizando a reconstrução do Museu Nacional", conta a a Diretora e Representante da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto.
"Neste ano, apesar da pandemia mundial que estamos vivendo, podemos celebrar algumas conquistas alcançadas, como a finalização do projeto executivo para restauração das fachadas e coberturas do Paço de São Cristóvão e a licitação para o desenvolvimento do projeto de arquitetura e seu restauro", completa a diretora.
Publicidade
"Essas são apenas algumas das ações que estão sendo desenvolvidas para a recuperação do Museu Nacional como instituição científica e museológica de referência. Ao final de todo este Projeto, por meio desta parceria público-privada, que reúne vários agentes da sociedade, o Museu Nacional poderá finalmente ser devolvido para o Brasil e para o mundo”, finaliza Noleto.
Obras na Biblioteca Central
Publicidade
Com um acervo de 500 mil livros, incluindo 1.500 obras raras, a Biblioteca Central do Museu Nacional/UFRJ passa por uma obra de reforma e ampliação, no valor de R$ 12 milhões. A transferência de todo o acervo para locais de guarda temporária foi concluída em novembro. A gestão do contrato é da Associação Amigos do Museu Nacional e o prazo de execução da obra é de 12 meses.
Novo prédio administrativo
A construção de um novo campus de pesquisa e ensino vai garantir que o Paço de São Cristóvão seja inteiramente dedicado a exposições a atividades educativas. O projeto avançou com a entrega do prédio administrativo, executado com recursos do BNDES; o cercamento total do terreno (44 mil m²); e a instalação de novos módulos para guarda de acervos e de apoio à Biblioteca - este último graças a emenda parlamentar impositiva proposta pela bancada dos Deputados Federais do Rio de Janeiro em 2018 que foi liberada no final de 2019.
Publicidade
2021
Com patrocínio platina da Vale, Bradesco e BNDES; apoio do Ministério da Educação (MEC), Bancada Federal do Rio de Janeiro, Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) e do Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, o Projeto Museu Nacional Vive aposta na mobilização social e na articulação permanente de parcerias para reconstruir e devolver o Museu Nacional/UFRJ à sociedade o mais breve possível.
“O apoio da iniciativa privada é essencial para a manutenção de ativos culturais. O Museu Nacional é um projeto muito importante para nós, por ser parte da nossa história e da nossa identidade", diz Hugo Barreto, diretor presidente do Instituto Cultural Vale.
Publicidade
"A Vale investirá, ao todo, R$50 milhões na reconstrução do museu de história natural e antropologia mais importante da América Latina. Além do aporte financeiro da empresa, o Instituto Cultural Vale faz parte da estrutura de governança do projeto, ao lado da UFRJ e UNESCO. E contribui para a iniciativa ‘Museu Nacional Vive’ com expertise adquirida ao longo de duas décadas, com gestão de quatro museus e centros culturais próprios, além de projetos implementados ou patrocinados”, finaliza Barreto.
Agenda de 2021
- Seleção e contratação, com o fim do processo licitatório, do escritório que irá desenvolver o projeto de arquitetura e restauro para o Paço e Anexo; - Início das obras nas fachadas e coberturas no bloco histórico do Palácio; - Desenvolvimento dos projetos de arquitetura, restauro, complementares e museografia; - Elaboração do projeto de restauro e paisagismo dos jardins históricos e início das obras; - Finalização do resgate de acervos; - Construção das edificações relativas à área acadêmica e os prédios permanentes para abrigar os laboratórios de manuseio de coleções em meio líquido do Museu Nacional/UFRJ no novo campus.
Publicidade
Orçamento em 2020
Orçamento total estimado: R$ 378,9 milhões ((Palácio, Anexo e Jardins; Biblioteca Central; Novo Campus de Pesquisa e Ensino; Museografia) Recursos captados apenas em 2020: R$ 148,3 milhões Recursos totais já assegurados (2018-2020): R$ 244,6 milhões (65% do total estimado)
Projetos em andamento
Publicidade
Início do desenvolvimento do projeto das novas exposições e aquisição de acervos, com contratação de consultores especializados, atuando em conjunto com o corpo técnico do Museu Nacional/UFRJ; Execução do serviço de escaneamento a laser do Paço de São Cristóvão, possibilitando a modelagem em 3D de todo o prédio e a criação de uma plataforma digital integrada, que será a base para o desenvolvimento dos projetos técnicos arquitetura, museografia e complementares (climatização, luminotécnica entre outros serviços); Licitação dos projetos de arquitetura e restauro para o Paço de São Cristóvão e prédio Anexo Alípio de Miranda Ribeiro; Licitações de projetos complementares e de gerenciamento; Finalização do projeto executivo para restauro das fachadas e coberturas (bloco histórico); Desenvolvimento de plataformas digitais e projetos executivos de exposições (física e virtual) - que serão lançadas nos próximos meses; Sistematização e revisão metodológica dos estudos de público do Museu Nacional; Elaboração do projeto básico e executivo das edificações relativas à área acadêmica do Museu Nacional/UFRJ no novo campus; Elaboração do projeto básico e executivo de prédios permanentes para abrigar os laboratórios de manuseio de coleções em meio líquido; Licitação da construção de um módulo para instalação de um Centro de Visitantes, com 450m², para visitação escolar, com previsão de conclusão para o primeiro semestre de 2021.