Incêndio destrói barracos em colônia de Pescadores em São Gonçalo
Não houve registro de feridos
Por O Dia
Rio - Um incêndio atingiu uma colônia de pescadores, na madrugada desta quinta-feira, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. De acordo com o Corpo de Bombeiros, as chamas destruíram cerca de 20 barracos de madeira. Não houve registro de feridos.
Os barracos estavam localizados no bairro Porto Novo, à beira da Baía de Guanabara. Equipes dos Bombeiros trabalharam no rescaldo do incêndio na colônia de pescadores nesta manhã.
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"A Defesa Civil está aguardando o fim do trabalho dos Bombeiros para poder avaliar os possíveis danos materiais e se vai precisar interditar alguma moradia. A Secretaria de Assistência Social também está fazendo essa análise para prestar ajuda a algum morador desalojado e a nossa Secretaria de Obras vai retirar todo esse entulho para que a área possa ficar novamente limpa", informou Fernando Rodrigues, subsecretário de Defesa Civil de São Gonçalo.
Incêndio destrói barracos em colônia de Pescadores em São Gonçalo
O pescador Carlos Augusto Barbosa de Moraes afirmou que o Corpo de Bombeiros demorou mais de 1 hora para chegar até o local do incêndio e ainda chegaram com pouca água. "Por volta das 2h da manhã escutei um barulho muito alto, como se fosse algo que tivesse caído no telhado. Quando olhei já era um barraco de um amigo pegando fogo. Acredito que foi um curto circuito do motor do barco. A maré estava cheia, então não sei se a água bateu ali por baixo do barraco e começou tudo. Enquanto a gente ligava para os bombeiros, que demoraram, fui chamando as outras pessoas para tentar apagar o fogo, mas não conseguimos".
Seu Carlos revelou que a única coisa que conseguiu salvar foram as moedinhas que juntava para o netos que moram em Rio das Ostras.
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"Quero dizer que eles atuaram com bastante serenidade e eficácia. O quartel de Niterói, Colubandê e São Gonçalo se fizeram presente e prestaram apoio com todos os recursos que haviam", explicou o subsecretário de Defesa Civil.
De acordo com Fernando, o local deveria ser usado para guardar materiais dos pecadores. No entanto, ele tomou conhecimento hoje de que haviam pessoas dormindo nesses barracos no momento do incêndio. "Se houver alguma família desalojada a Prefeitura de São Gonçalo não permitirá que eles fiquem sem um local para se abrigar".
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Alex Sandro, de 40 anos, disse que está literalmente sem chão. "Não estou nem conseguindo raciocinar direito. Está tudo destruído, não sei o que vou fazer de agora em diante", lamentou o pescador, que agora vai se abrigar na casa da mãe, enquanto não recebe ajuda das autoridades.
O secretário municipal de Agricultura e Pesca, Roberto da Silva Sales disse que será feito um levantamento de todas as pessoas que de alguma forma usavam esses barracos como moradias e também verificar os equipamentos perdidos.
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"A secretaria de Assistência Social estará aqui para ajudar nesse cadastramento. Sabemos que é um momento difícil porque vários pescadores perderam seus motores. É uma ação de atividade privada, mas o governo municipal está dando total atenção, inclusive recriou essa pasta de Agricultura e Pesca justamente para identificar onde existem áreas de risco para os pescadores e para que esses tipos de acidentes não aconteçam mais".
Segundo Roberto, a associação de pescadores está desativada, mas existe um cadastro de todos que trabalham ali. "Vamos procurar notificar os donos desses barracos de alguma forma para que eles recebam nossa assistência. Encaminharemos as pessoas que utilizavam o local como moradia para a Secretaria Municipal de Habitação para estarem se cadastrando e através dos critérios técnicos e sociais verificarão se há a disponibilidade de colocá-los na fila do Minha Casa, Minha Vida".
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Em nota, a Prefeitura de São Gonçalo disse que está prestando "todo o amparo às vítimas do incêndio". Confira a íntegra:
"Numa ação integrada que envolve várias secretarias, o município irá verificar medidas a serem adotadas para amparar os profissionais que perderam barcos, motores, ferramentas e outros bens, além de auxiliar na emissão de documentos.
A Secretaria de Saúde e Defesa Civil enviou equipes cedo ao local, logo após ser informada, através do Corpo de Bombeiros, sobre o incidente. Segundo o subsecretário de Defesa Civil, coronel Fernando Rodrigues, foi realizada uma vistoria em toda a área para checar os riscos e as condições estruturais de algumas moradias próximas ao local destruído. Três imóveis foram vistoriados, mas não houve necessidade de interdição. Equipes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano também foram acionadas para ajudar na limpeza.
Agentes da Secretaria de Assistência Social iniciaram o trabalho de cadastro das 30 famílias que perderam suas moradias e também irão auxiliar na emissão de novos documentos, entre eles certidão de nascimento e de casamento, de forma gratuita. A pasta vai prestar assistência psicológica e jurídica aos atingidos.
O secretário de Assistência Social, Wagner Rodrigues Ventura, informou que nesta sexta-feira a secretaria prossegue o cadastramento dos moradores da colônia no programa Bolsa Família. A oferta de um abrigo provisório em escola da rede municipal foi recusada pelas famílias, que estão em casa de parentes. A Secretaria de Habitação também está fazendo o cadastro das famílias que perderam suas moradias.
O secretário municipal de Agricultura e Pesca, Roberto Sales, também esteve no local e informou que a Pasta irá realizar um levantamento detalhado a partir desta quinta-feira para verificar as medidas a serem adotadas para amparar os profissionais que perderam seus bens".