Procurador da República Eduardo El HageClaunir Tavares / PGE-RJ
Ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Rio é suspenso por 30 dias
O procurador da República Eduardo El Hage foi denunciado por vazamento de informações sigilosas; a pena foi aplicada pelo Conselho Nacional do Ministério Público
Rio - O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aplicou, na segunda-feira (19), uma suspensão de 30 dias ao procurador da República Eduardo El Hage, ex-coordenador da extinta força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio. A pena é resultado de um procedimento administrativo disciplinar por vazamento de informações sigilosas, aberto em outubro do ano passado.
Além de Eduardo, os conselheiros do CNMP decidiram aplicar pena de censura à procuradora da República Gabriela Câmara na mesma seção. Já os demais membros da força-tarefa foram absolvidos. São eles: o procurador regional da República José Augusto Simões Vagos; os procuradores da República Fabiana Keylla Schneider, Marisa Varotto Ferrari, Sérgio Luiz Pinel Dias, Rodrigo Timóteo da Costa e Silva, Stanley Valeriano da Silva, Felipe A. Bogado Leite, Renata Ribeiro Baptista e Tiago Misael de Jesus Martins; a promotora do Ministério Público de Sergipe Luciana Duarte Sobral.
O pedido de abertura do processo disciplinar partiu dos ex-senadores Romero Jucá e Edison Lobão, do MDB, e do filho de Edison, Márcio Lobão. O trio afirma que houve vazamento de informação sigilosa quando o site do MPF do Rio publicou em seu site informações sobre o ajuizamento de uma denúncia por crimes na construção da usina Angra 3 contra eles.
Os procuradores, por sua vez, alegam que o juiz não decretou segredo de Justiça até o momento da publicação da denúncia no site do MPF e que não havia pedido de sigilo tanto da acusação quanto da defesa. No entanto, o Plenário entendeu que há motivo suficientes para apontar vazamento de informações sigilosas por parte de Eduardo e Gabriela.
No sistema eletrônico da Justiça Federal, o processo estava registrado como sigiloso, mas os procuradores afirmam que foi um erro do sistema, corrigido dias depois.
Procurado pela reportagem de O DIA, a Procuradoria da República no Rio de Janeiro (PR/RJ) , unidade do Ministério Público Federal no Estado, afirmou que não vai se pronunciar sobre o caso.
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