Tommy Klak, turista alemão, teria se afogado na praia de Copacabana, na Zona Sul do RioReprodução/Redes sociais

Rio - Equipes do Corpo de Bombeiros fazem buscas pelo turista alemão Tommy Klak, de 28 anos, na praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, desde às 22h da última quarta-feira (4). Neste sábado (7), equipes do quartel de Copacabana realizaram a procura com ajuda de drones, na altura do posto 5. Até o momento, nada foi encontrado. A Polícia Civil também investiga o desaparecimento do turista, que, segundo informações iniciais, foi visto entrando na praia nu e sozinho e não retornou à areia na quarta-feira (4). Ainda segundo os bombeiros, as buscas vão continuar neste domingo (8).
Tommy chegou à cidade do Rio no último dia 28, com seu companheiro Leonard Pacheco, de 36 anos. No dia do seu desaparecimento, Leonard foi alvo de uma ocorrência policial em Ipanema. De acordo com a Polícia Militar, agentes do 23º BPM (Leblon) foram acionados para uma tentativa de invasão a um prédio na Rua Joana Angélica, em Ipanema. A unidade informou que o acionamento ocorreu porque Leonard, que aparentava estar desorientado, estaria se debatendo na parte interna do edifício e causando transtornos aos moradores.
Leonard foi contido e internado no Hospital Municipal Miguel Couto, também na Zona Sul do Rio. Segundo o turista, ele e Tommy teriam sido agredidos por militares pouco antes do alemão desaparecer. Essa versão está sendo analisada pelas polícias. "Um procedimento para analisar o desenvolvimento da ocorrência e os policiais estão sendo ouvidos", disse em nota a PM.
No prontuário de Leonard consta a informação de que médicos suspeitam de intoxicação causada por substâncias químicas. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que ele foi avaliado pelas especialidades de cirurgia geral, cirurgia bucomaxilofacial, neurocirurgia e clínica geral e recebeu alta no mesmo dia.
O caso está sendo investigado pela Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat). A especializada informou que Leonard ainda prestará depoimento e outras diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.
Amiga do casal cita agressão de PMs
Uma amiga do casal disse que os dois moram em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e viajaram de férias ao Rio de Janeiro para passar o ano novo. Ela relata que, na noite de quarta-feira, Tommy não estava bem e eles buscavam por ajuda médica. Por fim, os dois decidiram retornar para o apartamento alugado por eles, mas teriam sido agredidos por policiais antes de chegar no local. A jovem também afirma que, por medo dos agentes, Leon deixou o hospital sem ter recebido alta hospitalar.
"Um dos meus amigos, que é do exército dos Estados Unidos, teve traumatismo craniano, concussão. Além disso, está com um olho roxo e tem ferimentos na perna. Ele disse que, antes de ficar inconsciente pela pancada na cabeça, os policiais estavam tentando matar e extorquir Tommy. Os policiais levaram Leon para o hospital e, quando ele acordou, estava confuso, sem entender o que estava acontecendo. Tommy já estava desaparecido e não temos nenhum rastro dele. Temos um grupo de pessoas, incluindo o exército americano, que está ajudando na busca. Aparentemente, ele não está em nenhum lugar. Eles já checaram em todos hospitais. No momento, o grupo está buscando pelo corpo e suspeita que esteja no oceano", disse a amiga, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
Nas redes sociais, amigos dos turistas levantaram a hashtag 'Find Tommy Klak' (Encontre Tommy Klak). "Implorando a qualquer um que tenha informações sobre meu amigo Tommy Klak que se apresente, ele foi visto pela última vez no Rio e está desaparecido nas últimas 48 horas após um confronto homofóbico com a polícia. Por favor, espalhe #FindTommyKlak", escreveu.