Um inquérito para apurar circunstâncias da morte de Nilton Gonçalves de OliveiraReprodução

Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou, nesta quarta-feira (11), o miliciano Luiz Carlos Pereira dos Santos Cruz, conhecido como Nem Corolla, pela morte de Nilton Gonçalves de Oliveira, pai do ex-prefeito de Vassouras, Renan Vinícius Santos de Oliveira. 
O crime aconteceu em setembro de 2021. A vítima estava sentada no banco de uma praça quando Luiz Carlos se aproximou por trás e atirou na altura da nuca de Nilton, que caiu da cadeira. Em seguida, Nem Corolla ainda acerta mais dois disparos a curta distância no rosto da vítima. Câmeras de segurança flagraram a ação do criminoso, que fugiu usando um carro com a placa clonada.
CONFIRA
"O crime foi praticado com recurso que dificultou/impossibilitou a defesa da vítima, na medida em que o denunciado chegou pelas suas costas e efetuou um disparo de arma de fogo, e com meio cruel, na medida em que o denunciado, após desferir o primeiro disparo, ainda desferiu dois disparos contra o rosto da vítima a curta distância enquanto ela se encontrava caída no chão (o que causou-lhe múltiplas lesões no crânio)”, diz a denúncia encaminhada à 2ª Vara de Vassouras.
Renan Vinícius, filho da vítima, exerceu o cargo de chefe do executivo municipal entre os anos de 2009 e 2016. Além disso, ele também foi secretário municipal de Saúde de Angra dos Reis por dois anos.
De acordo com o MPRJ, a identificação da autoria do crime teve o auxílio de ferramentas tecnológicas da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia do órgão. A unidade comparou as imagens do crime com vídeos do denunciado, que se encontra preso. As imagens foram cedidas pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap).
Com base nos indicadores biométricos colhidos, o Ministério Público constatou que os componentes biomecânicos e cinéticos da maneira de andar de Nem Corolla, além dos elementos do seu perfil morfológico, eram idênticos aos do autor do crime.
Envolvimento com a milícia
Denunciado pela morte de Nilton, Nem Corolla também foi alvo de uma ação do Ministério Público contra milicianos que atuavam em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A megaoperação Consagrado buscava cumprir 32 mandados de prisão preventiva e 71 de busca e apreensão em Austin.
De acordo com a investigação, Nem Corolla era um dos líderes do grupo paramilitar responsabilizado por diversos homicídios na região. Além disso, a quadrilha também extorquia mototaxistas, monopolizava o fornecimento de água e cesta básica e instalava serviço clandestino de TV a cabo e internet.
O inquérito também apontava que a organização criminosa realizava pagamento de propina para policiais militares regularmente, para que esses deixassem de repreender as ações do grupo
Ao todo, 12 suspeitos foram presos. Nem Corolla, no entanto, não foi localizado pelos agentes durante a ação.