Polícia Civil e MPRJ fazem ação conjunta na Zona OesteReprodução
As investigações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), demonstraram que a quadrilha, que mantém conexão com organizações milicianas atuantes na região, construiu, sem qualquer autorização do poder público, quatro condomínios localizados em lotes clandestinos no bairro de Campo Grande: "Vivendas da Serra", "Chácaras do Mendanha", "Vivendas do Mendanha" e "Grand Park", totalizando quase R$ 6 milhões em vendas ilegais.
"A partir da documentação que foi apreendida, a gente pode afirmar que a que a organização criminosa vendeu lotes nos valores totais, somados, de mais ou menos R$ 6 milhões. Esse valor que a gente sabe que foi negociado, no mínimo, mas o lucro pode ser muito maior. Em só um dos loteamentos, eles poderiam lucrar cerca de R$10 milhões", disse.
Para construir os quatro empreendimentos ilegais, a organização praticou crimes ambientais, tais como supressão vegetal, inclusive de vegetação de Mata Atlântica, corte de encostas, movimentação irregular de solo, terraplanagem e intervenção em Áreas de Preservação Permanente (APPs), com alteração, soterramento e até represamento de curso hídrico. Os crimes foram praticados para que se viabilizassem os cortes dos terrenos, necessários às obras do loteamento, e a abertura de vias internas.
Zoucas ainda falou sobre a situação dos compradores dos lotes. segundo ele, as pessoas que adquiriram os lotes não estão sendo investigadas e podem conseguir ser indenizadas.
"Os moradores não foram investigados pelo crime denunciado, não foram investigados pelo crime de organização criminosa e não foram foco na investigação, eles são moradores de lotes que não tem a certidão imobiliária e deverão, junto à prefeitura, tentar a regularização, se for possível, e junto a ao chefe da organização criminosa, tentar indenização", explicou.
Os anúncios dos lotes eram publicados em redes sociais e outras ferramentas de internet como forma de atrair compradores, e os locais contavam com a presença de corretores. Os denunciados Fabio Roberto de Oliveira de Alencar e Carlos Alberto da Souza Cruz, que tiveram a prisão preventiva decretada, lideram a organização criminosa como financiadores das atividades ilegais e tendo pleno domínio das obras realizadas nos locais.
Eles também utilizaram as empresas Construindo Alencar e Jessica Empreendimento Imobiliários, que tiveram suas atividades suspensas, para a realização das obras e dar aparência de legalidade aos empreendimentos. Eles foram denunciados pelo MPRJ à Justiça pelos crimes de organização criminosa, loteamento irregular do solo e crime ambiental. Os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital.
Já os denunciados Marcio Cesar de Souza Ribeiro, que também teve a prisão preventiva decretada por possuir condenação anterior, e Victor Emanuel Coutinho da Silva Rodrigues, atuavam na negociação dos lotes, se portando como corretores, anunciando a venda e mostrando os locais para possíveis compradores. Eles vão responder por organização criminosa e loteamento irregular do solo.
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