Nas redes sociais, Matheus Rodrigues Azin exibe rotina de viagens para destinos nacionais e internacionais Reprodução/Redes Sociais

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) aceitou, na terça-feira passada (10), a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) contra Matheus Rodrigues Azin, acusado de aplicar golpes em mulheres dentro de hotéis de luxo. Ele irá responder pelos crimes de estelionato e corrupção passiva.
Em sua decisão, o juiz Tiago Fernandes de Barros, substituto da 33ª Vara Criminal do Rio, há elementos que comprovam os delitos causados pelo acusado.
"Há justa causa para a deflagração da ação penal, consubstanciada na materialidade delitiva e nos indícios de autoria, que exsurgem dos elementos constantes dos autos, em especial os autos de prisão em flagrante, o registro de ocorrência e as declarações prestadas em sede policial pela vítima e pelas testemunhas", informa um trecho do documento.
Matheus tem dez dias, a partir da data de publicação da decisão, para oferecer uma resposta à acusação por meio de seus advogados. A reportagem não encontrou a defesa de Azin. O espaço está aberto para manifestações.
Relembre o caso
Azin está preso desde o dia 5 de dezembro de 2022, quando foi encontrado em um hotel, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, depois de ser acusado de aplicar um golpe em uma mulher, causando prejuízo de aproximadamente R$ 15 mil à vítima. No momento da prisão, Matheus ainda tentou subornar os policiais civis da 9ª DP (Catete).
De acordo com o delegado titular da distrital, Felipe Santoro, a vítima chegou ao Rio de Janeiro no dia 25 de novembro do ano passado e, após ser apresentada a Matheus por meio de um amigo em comum, passou a manter um relacionamento afetivo com ele. No dia seguinte, o homem pediu para que a vítima fizesse uma transferência por PIX no valor de R$ 3,6 mil para comprar ingressos de uma festa, alegando que sua conta bancária estava bloqueada.
Ainda de acordo com o depoimento da vítima, ao comprar uma bebida no bar do hotel, o criminoso teria visto a mulher digitar a senha na máquina e, na mesma noite, roubou e fez pagamentos com o cartão dela, no total de R$ 9,7 mil, em pelo menos três estabelecimentos, sendo um deles um restaurante de luxo. No dia 1º de dezembro, quando tomava café da manhã na hospedagem, ela foi avisada que Matheus havia ido embora e precisou pagar R$ 1 mil pelo consumo dele no local.
A mulher ainda contou na oitiva que, após três dias, descobriu pelas redes sociais que Matheus fez outras vítimas com o mesmo golpe e as fazia acreditar que pagaria os valores devidos. No momento de sua prisão, o criminoso ofereceu R$ 10 mil e relógios para os agentes da 9ª DP, para que não fosse conduzido à delegacia. Na Polícia Civil de São Paulo, ele é investigado em pelo menos cinco inquéritos, também por estelionato.
Nas redes sociais, Matheus exibia uma rotina de viagens para destinos nacionais e internacionais, como Trancoso, na Bahia; Balneário Camboriú, em Santa Catarina; Tulum, no México; Portugal e Maldivas.