Andres Carrillo é preso acusado de abuso sexual contra pacientesMarcos Porto
Cremerj abre sindicância contra anestesista colombiano acusado de estuprar pacientes
Conselho apura ainda se Andres Eduardo Carrillo praticou os crimes na época em que ainda não possuía CRM
Rio - O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu nesta segunda-feira (16) uma sindicância contra o médico anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos. A decisão foi tomada após o órgão receber graves denúncias contra o médico, preso nesta manhã (16), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, acusado de estuprar mulheres durante cirurgias. Ele também é investigado pela produção e armazenamento de material pornográfico infantil.
Na época dos casos investigados, Andres não possuía CRM e atuava de forma irregular, fato que também será apurado junto às unidades de saúde mencionadas. Como medida preventiva, o Cremerj informou que está agilizando os trâmites para solicitar imediatamente a interdição cautelar dele, "a fim de evitar novos riscos à sociedade". Além disso, o Conselho estuda ainda instaurar um processo ético-profissional (PEP) para julgar o caso.
"Finalizado o rito processual, se considerado infrator, o médico pode sofrer a cassação do exercício profissional", disse por meio de nota o órgão. O Conselho reiterou que "considera as acusações gravíssimas e que o caso será apurado com todo rigor e celeridade".
Confessou os crimes
Policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) deflagraram a Operação Sentinela e prenderam Carrillo em sua residência, na Barra da Tijuca. Além de estupro, o homem responde ainda a inquérito por produção e armazenamento de cenas de abuso infantojuvenil.
Em depoimento à polícia, o criminoso disse que aguardava "a melhor hora" e aproveitava para esfregar seu pênis nas pacientes. Carrillo admitiu armazenar material pornográfico infantil, apesar de afirmar que nunca abusou de nenhuma criança. Contudo, o médico disse não sabe precisar o "motivo pelo qual nutriu dentro de si a compulsão em ver e armazenar pornografia infantojuvenil".
As investigações tiveram início em dezembro de 2022 a partir do compartilhamento de informações pelo Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (Sercopi) da Polícia Federal e contou com apoio da Inteligência do 2º Departamento de Polícia de Área (DPA) da Polícia Civil.
Os agentes constataram que o médico mantinha armazenado em seus compartimentos eletrônicos milhares de arquivos contendo imagens de abuso sexual envolvendo crianças a adolescentes. A análise do material chamou atenção pela gravidade e quantidade de arquivos, que incluíam até bebês recém nascidos.
Até o momento, sabe-se que duas pacientes foram abusadas por Carrillo durante os procedimentos cirúrgicos: uma no Hospital do Fundão, outra em Saquarema.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.