Delegacia de Defraudações investiga esquema ilegal de venda de diplomasDivulgação
Polícia investiga esquema de venda de diplomas escolares; Educação do Rio apura a denúncia
Prática ilegal é oferecida abertamente nas redes sociais e empresa Supletivo Rápido Nacional já acumula cerca de 60 mil seguidores
Rio - A Delegacia de Defraudações (DDEF) investiga um esquema de fraude de certificados de conclusão escolar, que são vendidos em todos os estados do Brasil e possui CNPJ da Associação Apoio Colégio Estadual Frederico Azevedo, na comunidade do Salgueiro, em São Gonçalo. O Supletivo Rápido Nacional comercializa "pacotes" de certificados através das redes sociais e já possui quase 60 mil seguidores. A prática ilegal foi denunciada pelo RJTV1, nesta quinta-feira (19).
O esquema garante aos "alunos" a entrega do certificado em apenas 10 dias úteis, sem que tenha a necessidade do mesmo comparecer presencialmente ou de forma remota às aulas. Além disso, segundo a empresa, o certificado é válido para inscrição em cursos de graduação e pós-graduação. A empresa também afirma que o Ministério da Educação (MEC) e a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) reconhecem a validade do diploma.
Uma das formas de chamar a atenção dos clientes é reforçando a facilidade para conseguir o documento. "Quer concluir seu ensino médio para arrumar um emprego melhor, cursar um curso técnico, fazer faculdade... Porém está sem tempo para estudar? Chama no Whatsapp", diz em um comunicado publicado nas redes sociais.
Pagamento
O pacote de ensino fundamental custa R$ 350, e o do ensino médio, R$ 300. Os dois juntos é cobrado o valor de R$ 350. Os valores são específicos para pagamentos à vista. Para obter o certificado ilegal, o cliente precisa enviar a documentação e um sinal de 20%. O restante é pago depois da entrega dos certificados.
Confira:
Sindicância foi aberta
Após tomar conhecimento do esquema criminoso, a Seeduc informou que a secretária da pasta, Patrícia Reis, foi até a Delegacia de Defraudações e registrou um boletim de ocorrência. Além disso, uma sindicância já foi aberta aberta para apurar o caso. "Reforçamos que quaisquer dúvidas sobre as formas legais de obtenção de certificação devem ser obtidas nos canais oficiais da Seeduc ou nas próprias escolas", diz um trecho da nota.
Para ser válido e legal, o diploma precisa ser entregue a alunos que frequentaram o curso e que tenham preenchido os trâmites previstos na lei. De acordo com a Polícia Civil, os envolvidos estão sendo intimados e agentes realizam outras diligências a fim de esclarecer o caso. Os crimes podem ser enquadrados como associação criminosa e estelionato.
A reportagem tenta contato com a empresa Supletivo Rápido Nacional. O espaço está aberto para manifestação.
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