Familiares da jovem Thalita Coutinho, de 22 anos, estiveram no IML para reconhecimento do corpoMarcos Porto/Agência O Dia
Para Kérzio, o acidente só aconteceu por conta da porta do ônibus articulado estar aberta com o veículo já em movimento. "Nós contestamos essa versão porque se ela fosse saltar, é porque que o ônibus estava de porta aberta e em movimento. Por que o ônibus vai estar de porta aberta em movimento se ele só trafega com a porta fechada? Isso não acontece no trem, lá só trafega com porta fechada, fecha as portas, depois ele prossegue. Se isso acontecesse com o BRT, pode ter certeza, minha sobrinha não teria morrido, outras pessoas também não teriam morrido, porque ela não é a primeira", falou.
Para a família, a menina pulou sim para tentar pegar o ônibus, mas só fez isso porque a porta do veículo estava aberta. No momento do acidente, a jovem estava a caminho do trabalho. Além disso, o tio fez um desabafo sobre a perda precoce. Além disso, Kérzio falou da desorganização nos transportes públicos.
"Eu quero deixar esse anúncio aqui, compartilhar essa dor que a gente está vivendo com a família, até para que a gente corra atrás dos nossos direitos. É direito a gente ter segurança para ir trabalhar, porque nós estamos trabalhando, não estamos brincando, precisamos de um transporte adequado, que nos leve com segurança ao trabalho e nos traga de volta. Pois a passagem já aumentou mas a gente não vê a mudança nos transportes. A Mobi-Rio tem que olhar mais para isso, tem que olhar mais para o ser humano que trafega no BRT".
Nas redes sociais, testemunhas relataram a tentativa de embarque da vítima. "Ela tentou pular para dentro do BRT em movimento quando passava pela Estação da Taquara e acabou caindo no vão entre o articulado e a plataforma. Após a queda, ela não conseguiu mais levantar, perdeu muito sangue e estava agonizando de dor", contou um internauta.
Em seu relato, Kérzio ainda falou sobre a falta que a jovem vai fazer para a sua família. "A Thalita era um amor de pessoa, era nossa amiga. Estava alegre, estava trabalhando, ela sempre quis ter a sua independência, sempre quis trabalhar quando completasse a maior idade. Ela era muito inteligente, era uma ótima desenhista, era uma musicista de mão cheia. Tecladista, baixista, cantora. Tudo que ela botava a mão para fazer, fazia bem".
O tio da vítima assumiu que os pais de Thalita estão em choque com ocorrido e, por conta disso, é ele quem está resolvendo todas as questões da liberação do corpo. Ele também lamentou não ter mais a sobrinha para momentos em família.
"Ela tinha talento e agora a gente não vai mais poder tocar junto, a gente não vai mais poder adorar a Deus junto. Isso é triste, a gente não tem mais a minha sobrinha. Ela era filha da minha irmã, minha irmã está em choque, meu cunhado também".
De acordo com a Polícia Civil, o caso foi registrado na 32ª DP (Taquara). A perícia foi feita no local e imagens de câmeras de segurança foram solicitadas. Agentes ouviram o motorista do veículo e realizam outras diligências para apurar as circunstâncias da morte.
A Mobi-Rio foi procurada para responder questionamentos sobre as alegações de familiares da vítima. Veja a nota:
"Conforme os registros das câmeras da estação, a passageira infelizmente tentou embarcar correndo em um articulado quando o veículo já estava em movimento saindo da estação e acabou caindo na calha. A Mobi- Rio informa ainda que as imagens serão entregues às autoridades policiais quando solicitadas."
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