André Carrillo foi preso por abuso sexual contra pacientes e armazenamento de pornografia infantil Marcos Porto/Agencia O Dia

Rio - A Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) concluiu, nesta segunda-feira (23), o inquérito que investiga o anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, por ter abusado sexualmente de duas pacientes em procedimentos cirúrgicos. Os crimes aconteceram em 2020 e 2021. O médico foi preso há uma semana, em sua casa na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e confessou os estupros em depoimento. 
De acordo com a Polícia Civil, o estrangeiro foi indiciado por estupro de vulnerável e o procedimento será encaminhado à Justiça ainda nesta segunda-feira, junto com a solicitação para converter a prisão temporária de Andres em preventiva. O anestesista está em uma cela individual da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio.
Na oitiva, o anestesista assumiu que aguardava "a melhor hora" e aproveitava para esfregar seu pênis nas vítimas. Os abusos ocorreram o Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema, na Região dos Lagos, em 15 de dezembro de 2020, durante uma cirurgia de laqueadura, e no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, na Ilha do Governador, na Zona Norte, em 5 de fevereiro de 2021, em um procedimento para retirada de útero. 
Além dos estupros, o médico também foi preso pelos crimes de produção e armazenamento de aproximadamente 20 mil arquivos contendo imagens de abuso sexual envolvendo menores. A análise do material chamou atenção pela gravidade e quantidade, que incluíam até bebês recém nascidos. A Dcav também passou a apurar a possibilidade do anestesista ter feito uma terceira vítima, já que o pai de uma criança procurou a delegacia, porque desconfia que sua filha, de apenas um ano, possa ter sido abusada, já que ficou sozinha com o médico.
Andres Carrillo chegou ao Brasil em 2017, dois anos depois de ter se formado na Universidade de Magdalena, em Santa Marta, na Colômbia. O anestesista fez residência médica em anestesiologia e, de acordo com o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), na época dos casos em que foi denunciado, não possuía CRM e atuava de forma irregular.
No último dia 19, o Conselho anunciou que dará 15 dias para que o colombiano apresente defesa em relação aos crimes aos quais ele responde. O Cremerj também informou que está agilizando os trâmites para solicitar, de forma imediata, a interdição cautelar do registro do médico. Se finalizados, o anestesista colombiano não poderá realizar mais nenhum procedimento médico.