Morro da Chacrinha viveu intensos tiroteios na noite desta terça-feira (24)Reprodução

Rio - Comunidades da Zona Oeste do Rio estão vivendo cenários de guerra nos últimos dias. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram supostas invasões de traficantes do Comando Vermelho (CV) em áreas dominadas pela milícia. Na noite dessa terça-feira (24) e madrugada desta quarta-feira (25), moradores do Morro da Chacrinha, na Praça Seca, passaram momentos de terror com registros de trocas de tiros.
Em gravações, supostos integrantes do CV gritam o nome de Urso, que corresponde ao criminoso Edgar Alves de Andrade, também conhecido como Doca, enquanto passam por ruas da Chacrinha. Urso é acusado de ser um dos líderes da facção atuante na Penha, na Zona Norte do Rio, e é ligado com Wilton Carlos Quintanilha, o Abelha, outro nome de liderança do CV. 
A Zona Oeste viveu, pelos últimos 30 anos, com uma forte influência de milicianos. Com a suposta invasão, os traficantes teriam como objetivo expandir pontos de venda de drogas pela cidade. O intenso confronto na Chacrinha pode ser um chamariz para liberar espaço para outra invasão na Gardênia Azul, que também sofreu com confrontos nesta semana, e em Rio das Pedras. 
Moradores da Praça Seca relataram nas redes sociais que a milícia da região impôs toque de recolher. Criminosos também teriam ordenado que os comércios da região fechem as portas. Há informações ainda sobre barricadas colocadas nesta quarta-feira (25) na Rua Urucuia.
Segundo a Polícia Militar, o policiamento foi reforçado na região da Chacrinha desde a noite desta terça-feira (24) para coibir ações criminosas e garantir a segurança da população. Imagens divulgadas nesta quarta-feira (25) mostram policiais do 18º BPM (Jacarepaguá) realizando patrulhamento pela comunidade com auxílio de veículos blindados. Não há informações até o momento sobre prisões.
Já a Polícia Civil informou que agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e Inquéritos Especiais (Draco) investigam a atuação de traficantes e milicianos nessas regiões e tem feito monitoramento para identificar os criminosos. 
A instituição acrescentou que o levantamento de informações de inteligência e monitoramento constante dos dados são utilizados para as ações, visando à identificação e à prisão dos integrantes dessas organizações criminosas.