Familiares e amigos da menina Rafaelly, de 10 anos, pedem justiça por morte da criança em protestoEstefan Radovicz/Agência O Dia
Moradores da região queimaram pedaços de madeira próximo ao local onde a menina foi morta. Além disso, seguravam cartazes e gritavam por justiça.
Romualdo Menezes, de 50 anos, avô da menina, contou que Rafaelly era uma criança querida por toda a vizinhança e que sua morte foi uma grande perda. "A Rafaelly era um doce de criança, é minha única neta. Não tem quem não goste dela. Todo mundo aqui na rua amava Rafaelly", desabafou.
Rafaelly tinha 10 anos, completados no último dia 20 de janeiro. A menina iria ganhar uma festa de aniversário no próximo sábado (28).
"A minha revolta é perder a minha neta assim. Eu não sei nem o que eu faço. Será que vai ser mais um caso arquivado ou a polícia vai atrás para ajudar a família?", indagou.
Mário Baltazar, 30, é amigo da família e esteve no protesto em apoio. "Isso que aconteceu é uma coisa que não tem nem explicação. Uma criança de dez anos morrer assim? A única coisa que a gente quer é justiça, que a polícia pegue e investigue".
Segundo seu relato, a menina não estava na rua o dia inteiro e saiu de casa poucos minutos antes de ser atingida.
"A menina brincava para caramba na rua, mas estava rolando uma boca de fumo aqui na rua. Ela saiu no portão naquela hora, a Rafaelly não estava na rua o dia todo, era só foi no portão naquela hora, quando aconteceu o que aconteceu. É uma criança que eu gostava muito", contou.
Segundo a Polícia Civil, testemunhas foram ouvidas e informaram que um carro não identificado passou atirando pela Rua Doutor Monteiro de Barros, esquina com a Rua Getúlio de Moura. A criança chegou a ser socorrida e encaminhada a UPA do Jardim Iris, mas não resistiu.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Os agentes buscam imagens de câmeras de segurança instaladas na região e realizam outras diligências para identificar a autoria do disparo que atingiu a vítima. Até o momento, não se sabe a motivação para os disparos.
Segundo um levantamento da ONG Rio de Paz, desde 2007, 92 crianças foram vítimas da violência no Rio. Em forma de homenagem, o nome de Rafaelly será colocado em uma placa no memorial da Lagoa.
Veja a nota na íntegra:
"Desde 2007, o Rio de Paz acompanha os casos de crianças mortas pela violência no estado do Rio, a maioria morta por armas de fogo. Desde então, já contabilizamos 92 vítimas, contando com a pequena Rafaelly, morta nesta quarta, em São João de Meriti. Ela é a segunda vítima deste ano.
O nome dela será colocado em uma placa em nosso memorial na Lagoa que mantemos em homenagem às crianças e policiais assassinados no estado do Rio. Estamos indo ao encontro da família no IML de Caxias."
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