Garis trabalham na limpeza das areais da Zona Sul para retirada de lixo de maréDivulgação/Comlurb

Rio - Após as intensas chuvas que assolaram a cidade do Rio de Janeiro nesta semana, a Comlurb está trabalhando nas praias da Zona Sul para remover o lixo de maré que chegou até as areias. Até a noite desta quinta-feira (9), foram recolhidas quase 32 mil toneladas de lixo em toda a orla.

Desde a madrugada desta quinta, o trabalho de limpeza foi intensificado. Na última quarta (5), uma mancha de água suja tomou conta das areias da Praia de Copacabana, na altura dos postos 4 e 5. Segundo testemunhas, a sujeira teria vindo de esgotos clandestinos ligados as galerias de água para escoamento de chuva.

Garis encontraram muitos plásticos, pedaços de madeira, galhos, sofá e até cobras. A Comlurb está atuando com apoio de diversos equipamentos, inclusive o novo trator de praia, com implemento acoplado para peneiramento de areia, realizando uma limpeza mais minuciosa que alcança até 20 cm de profundidade.

"Estamos mobilizados, fazendo a limpeza da areia, vamos conseguir limpar tudo e deixar as praias perfeitas, mas o ponto importante em relação ao lixo de maré é a conscientização. O estrago que faz colocar o lixo no lugar errado, o descarte irregular. Então pedimos, por favor, que a população colabore, jogando o lixo sempre no lugar correto", alerta o presidente da Comlurb, Flávio Lopes.

Durante o trabalho, 138 garis fizeram a limpeza do lixo de maré das praias do Leblon, Ipanema, Arpoador, São Conrado, Botafogo, Urca, Flamengo, Copacabana e Leme. Segundo a Comlurb, a Praia de Botafogo foi a que mais recebeu lixo trazido pelo mar.

Mancha de água escura

Uma água escura tomou conta das areias da Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, desde esta quarta-feira (8), depois das fortes chuvas que assolaram a cidade.

Em vídeos publicados nas redes sociais é possível observar como a praia ficou bastante suja. Veja:



O professor de natação Fábio Iskandarian, de 41 anos, dá aulas diárias na praia, que precisaram ser canceladas por conda da condição da água do mar. Segundo ele, as galerias de águas pluviais acabam trazendo lixo e esgoto para as areias de Copacabana.

"Copacabana tem três galerias de água pluviais que saem da chuva e elas são abertas para a areia. Quem andar no calçadão você não vê, mas se entrar na areia, consegue ver. Quando tem um evento de chuva muito forte, toda água que vem das encostas, comunidades e da rua mesmo anda por baixo dessas galerias e desemboca nessas saídas de água. Essas saídas de água são muito sujas, são antigas e nunca teve um emissário ali em Copacabana, nunca teve nada que pudesse escoar água tratada para o fundo do mar", explicou.

Uma das autoras dos vídeos que mostravam a língua negra, a professora de natação em mar aberto Andrea Orlandi também falou sobre a condição do mar. "Após as chuvas fortes é recorrente. Eles sempre abrem essa saída de esgoto, mas dessa vez foi muita chuva. (...) A chuva que deu não tinha como, então deixaram tudo aberto. Eram várias línguas negras. Tivemos até que cancelar a aula porque é impossível de praticar atividade física ali", avaliou.

A águas do Rio, responsável pela manutenção do esgoto, foi procurada e informou que uma equipe operacional esteve no local na manhã de quinta-feira e identificou que não houve extravasamento. O fenômeno foi ocorrido devido a maré alta.