O músico Evaldo Rosa foi morto atingido por nove tirosArquivo Pessoal
Parecer do MPF pede responsabilização da União na morte de Evaldo Rosa
Solicitação foi feita após governo federal entrar com recurso para suspensão do pagamento de pensão ao filho do músico
Rio - O Ministério Público Federal (MPF) se manifestou favoravelmente sobre o pedido de responsabilização da União feito pela da família do músico Evaldo Rosa Santos, assassinado a tiros por disparos de militares do Exército, em Guadalupe. O músico foi morto em abril de 2019, quando seu carro foi atingido por 80 tiros disparados por militares. A ação dos também causou a morte do catador Luciano Macedo, atingido ao tentar ajudar a família do músico.
A ação do MPF tenta reverter pedido de suspensão da União para o pagamento de pensão ao filho de Evaldo. O valor de R$ 1,3 mil mensal já havia sido autorizado pela Justiça Federal em liminar, mas União argumenta que é preciso aguardar o fim da ação penal que condenou oito militares envolvidos na ação que matou o músico.
No parecer favorável à família de Evaldo, o procurador da República Eduardo Benones defendeu que nos casos em que os agentes públicos ou a União causem o dano no desempenho de suas atividades, é dever desses órgãos reparar os prejuízos. Segundo ele, a indenização, nesse caso, tem aspecto pedagógico.
"Além de os fatos estarem robustamente provados e o nexo de causalidade estabelecido, é preciso salientar que a indenização, ainda mais quando se trata da perda inútil de vidas humanas, possui aspectos pedagógicos e de interesse público. De fato, a União, por meio do Exército ou das forças armadas de um modo geral, quando chamada a auxiliar na segurança pública e na manutenção da ordem (art. 142 da CF) deve estar treinada e instruída para lidar estratégica e operacionalmente com cidadãos e não com inimigos”, afirmou o procurador.
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