Governo lança campanha para retomar índices altos de vacinaçãoFabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Rio - Idosos com 85 anos ou mais e pessoas imunocomprometidas a partir de 60 anos foram aos postos nesta segunda-feira (27) para o início da aplicação da vacina bivalente contra covid-19 em grupos prioritários. Ao comentar a nova fase da campanha, o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Prado, afirmou que 1 milhão de cariocas ainda não tomaram as duas doses de reforço contra a doença. Prado esteve na manhã desta segunda-feira no Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, Zona Sul do Rio.
A bivalente passa a ser usada como dose de reforço para quem já completou o esquema primário e tomou a última dose há pelo menos quatro meses. "Diferentemente da vacina que foi feita lá no início da pandemia, essa vacina foi atualizada. Então, tem maior eficiência na proteção", afirmou Prado.
A primeira etapa da bivalente, que é atualizada contra variantes da covid mais recentes, como a ômicron, contemplará pessoas com 70 anos ou mais e pessoas imunocomprometidas a partir de 12 anos, que serão vacinadas de forma escalonada por faixa etária decrescente. Responsáveis de pessoas com dificuldade de locomoção podem ir ao posto solicitar auxílio ou imunização em domicílio. 
A expectativa da secretaria é vacinar pelo menos 500 mil pessoas nesta primeira semana. O secretário afirmou que na última sexta-feira o município recebeu 198 mil doses e no sábado, 226 mil doses da nova vacina, totalizando 424 mil. "Estamos com doses suficientes para iniciar bem essa campanha. Possivelmente, durante a semana a gente vai receber mais para continuar as próximas fases da campanha", afirmou.
Após ser imunizada na manhã desta segunda-feira no Super Centro de Vacinação, Rachel Gutierrez, de 87 anos, contou que desde criança cuida da saúde. Ela também elogiou o programa brasileiro de vacinação.
Rachel Gutierrez, 87, elogia programa de vacinação brasileiro -  Pedro Ivo/ Agência O Dia
Rachel Gutierrez, 87, elogia programa de vacinação brasileiro Pedro Ivo/ Agência O Dia
"Minha mãe era muito caprichosa e nós temos a tradição na família de nos vacinar. Eu tenho orgulho de ser brasileira porque a vacina no Brasil é uma vitória", comemorou. Rachel recebeu pelo WhatsApp a notícia do início da vacinação por meio de uma amiga. Ela manda um recado para quem não está com a caderneta em dia: "É muito importante se vacinar. Isso é respeito ao outro e a si mesmo".
Carlos Vieira, 87, aproveitou a ida ao banco para se vacinar em Botafogo -  Pedro Ivo/ Agência O Dia
Carlos Vieira, 87, aproveitou a ida ao banco para se vacinar em Botafogo Pedro Ivo/ Agência O Dia
Carlos Vieira completa 88 anos na próxima sexta-feira. Ele também acompanha as notícias pela internet e aproveitou a ida ao banco para se imunizar. "Importante seguir as determinações para que você possa viver mais tranquilo", comentou.
Suzana de Queiroz Campos Tonin, 86, soube do início da nova fase de vacinação pelas redes sociais -  Pedro Ivo/ Agência O Dia
Suzana de Queiroz Campos Tonin, 86, soube do início da nova fase de vacinação pelas redes sociais Pedro Ivo/ Agência O Dia
Outra carioca que foi ao posto em Botafogo imunizar-se foi Suzana de Queiroz Campos Tonin, 86. "Vim me proteger. Tem que tomar porque se não o bicho pega", alertou.
Silvia Rodrigues de Moraes, 90, vacinou-se tranquilamente: 'Prezo por bem-estar'  -  Pedro Ivo/ Agência O Dia
Silvia Rodrigues de Moraes, 90, vacinou-se tranquilamente: 'Prezo por bem-estar' Pedro Ivo/ Agência O Dia
Aos 90 anos, Silvia Rodrigues de Moraes concorda. "Eu prezo muito pelo meu bem-estar. Se vai me fazer bem, eu tenho que procurar logo". A moradora de Copacabana ficou sabendo da aplicação pela televisão. "Que todos se vacinem, porque é um bem para todos nós. Nós estando bem, os outros estão bem também", completou.
Casal Maurício Steiman, 90, e Marli Steiman, 81, pegaram covid-19 no ano passado e protegem-se  - Pedro Ivo/ Agência O Dia
Casal Maurício Steiman, 90, e Marli Steiman, 81, pegaram covid-19 no ano passado e protegem-se Pedro Ivo/ Agência O Dia
Casados há 60 anos, Maurício, 90, e Marli Steiman, 81, já haviam tomado as quatro doses quando aplicaram a quinta bivalente nesta segunda-feira. Marli conta que o casal tem comorbidades e protege-se. "Nós pegamos a última onda de covid, no ano passado. Aquela que falaram que era 'mais suave, um resfriadinho'. Ele passou mal quatro dias, e eu passei um", lembrou. Marli considera que vacinar-se é uma questão de educação: "Você se protege e protege o teu próximo". "E é útil!", completou Maurício.
Além de idosos e pessoas imunocomprometidas, também serão contemplados, nesta primeira etapa de vacinação bivalente, residentes e funcionários de instituições de longa permanência para idosos, pessoas com deficiência institucionalizadas, e indígenas e quilombolas com 12 anos ou mais.
Um milhão com esquema incompleto
O secretário municipal de Saúde do Rio revelou, ainda, que um milhão de cariocas não tomaram as duas doses de reforço. "Todas as nossas unidades estão fazendo a busca ativa dessas pessoas. Nossas unidades estão prontas para vacinar. Então é só a pessoa comparecer ao posto", afirmou Prado.
Quem tomou as primeiras doses há pelo menos quatro meses e tiver acima de 70 anos, receberá a bivalente. Já quem não estiver no grupo prioritário, deve procurar o posto e atualizar a caderneta.
O esquema primário de vacinação, ou seja, as duas primeiras doses, foi aplicado por mais de 95% da população carioca. "A gente espera que a população continue dando exemplo e volte para tomar suas doses de reforço", completou o secretário.