Grupo de bate-bolas "Virtual de Madureira" saiu com fantasia com imagem do rosto de Hitler durante carnaval no RioReprodução

Rio - A Secretaria Municipal de Cultura confirmou que o grupo de bate-bola que foi fotografado usando roupas com a imagem do líder nazista Adolf Hitler está entre as 432 turmas cadastradas no órgão, desde 2021, para circular pela cidade.
Em nota, a Secretaria disse repudiar veementemente a alusão feita pelo grupo e afirmou que acompanhará e contribuirá com as investigações da Polícia. O órgão também é responsável pela gestão do Instituto Memorial do Holocausto, inaugurado recentemente no Mirante do Pasmado, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
A Polícia Civil, através da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), abriu uma investigação contra o grupo de Bate-Bolas 'Virtual de Madureira' para apurar o possível crime de divulgação do nazismo. O foliões foram às ruas neste carnaval, no dias 18 e 22 deste mês, com fantasias que traziam o rosto de Adolf Hitler. Ainda segundo a corporação, foi expedido um ofício para a Secretaria Municipal de Cultura a fim de identificar os responsáveis pelo bloco.
A Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) denunciou o caso e solicitou a investigação dos fatos noticiados pela imprensa. Na denúncia, a instituição destacou que a atitude do grupo fere diretamente a comunidade judaica instalada na cidade do Rio de Janeiro e outras minorias que sofreram com as 'aberrações nazistas' praticadas no continente europeu.
Por parte do legislativo municipal, a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, vereadora Teresa Bergher, que também é integrante da comunidade judaica, informou que já procurou a Polícia para fazer a denúncia, como também encaminhou, nesta segunda-feira (27), dois ofícios à Secretaria de Estado de Segurança Pública.
"É crime, com pena de prisão, fazer apologia ao nazismo, regime que exterminou milhares de pessoas na segunda guerra mundial. Carnaval é momento de alegria, de paz, de brincar em harmonia, e não de usar fantasias que possam propagar o ódio e a intolerância. Vamos ficar em cima e cobrar. Esse grupo foi mais que infeliz na escolha do figurino, cometeu um crime", lamentou.