Naufrágio na Baía de Guanabara deixou oito mortos e seis sobreviventesMarcos Porto/Agencia O Dia

Rio - Um laudo da Capitania dos Portos vai ajudar a Polícia Civil a descobrir se uma modificação feita na traineira colaborou para o naufrágio que aconteceu na Baía de Guanabara, em 5 de fevereiro, provocando a morte de oito pessoas - outras seis foram resgatadas com vida. Todas as vítimas eram familiares ou amigos e voltavam de um passeio na Ilha da Jurubaíba, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, para a Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, quando a embarcação virou, na altura da Ilha de Paquetá. 
A traineira foi periciada pela Polícia Civil e a Marinha do Brasil no último dia 7. O barco passou por uma reforma e teve partes removidas antes do naufrágio. Diligências ainda estão andamento para esclarecer as causas do acidente, mas, de acordo com o delegado da 37ª DP (Ilha do Governador), Mário Jorge Ribeiro, que investiga o caso, o laudo da Capitania dos Portos é necessário para decidir sobre o indiciamento ou não do condutor da embarcação. 
"Não é que falte, apenas, esse laudo, essa peça, junto com outras provas, vai corroborar ou não para o indiciamento, ainda faltam algumas diligências, mas, algumas dependem da leitura dessa peça para que eu possa esclarecer alguns pontos obscuros", explicou o delegado. "(O laudo) servirá, junto com outras provas, para o indiciamento ou não", continuou o titular, que ressaltou ainda que depende das demais provas para definir por quais crimes o comandante pode ser indiciado. 
O acidente causou as mortes de Juliana Gomes de Lana da Silva, 35 anos; Everson Costa de Assunção, 45 anos; Evandro José de Sena, 55 anos; Michele Bayerl de Moraes de Sena, 43 anos; Eduardo Borges da Silva Correa, 14 anos; Caio Gomes da Silva, 3 anos; Isabel Cristina de Souza Borges, 38 anos; e Fábio Dantas Soares, 46 anos. Um cachorro também morreu. Os corpos foram localizados, em sua maioria, próximos à embarcação, entre a noite do acidente e o último dia 12. 
Já os resgatados com vida foram Ana Paula de Souza, 46, mulher de Everson; Marcos Paulo da Silva, de 45, comandante do navio, pai do adolescente Eduardo e marido de Isabel; Ana Nilda dos Santos Soares, 43, mulher de Fábio; Eric Pereira da Silva, 38, marido de Juliana e pai de Caio; Caíque Gomes da Silva, 10, e Cauã Gomes da Silva, 14, ambos filhos de Juliana e irmãos de Caio. Os sobreviventes adultos prestaram depoimento e informaram que a traineira contava com coletes salva-vidas para todos os passageiros e que não apresentou problemas durante a viagem.