Clínica Vista Alegre foi completamente liberada nesta quinta-feira (9)Reprodução

Rio - As duas clínicas psiquiátricas localizadas em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, que foram interditadas depois de aceitar a internação da idosa Maria Aparecida de Paiva, de 65 anos, em fevereiro, foram completamente liberadas pela Polícia Civil nesta quinta-feira (9).
Os estabelecimentos haviam sido interditados por agentes da 9ª DP (Catete) no dia 25 de fevereiro e eram investigados após serem usados para a prática do crime de sequestro qualificado. No final da semana passada, as clínicas conseguiram liberação parcial para manter os tratamentos que estavam sendo realizados nos locais.
A investigação constatou que as clínicas Revitalis e Vista Alegre prestam um serviço de interesse social e que não há a prática de outros crimes semelhantes nas unidades. Nenhuma irregularidade foi encontrada e o fato de parentes de familiares defenderem os locais também pesou na decisão de desinterdição.
Relembre o caso
As investigações indicam que Maria não tinha nenhuma doença ou necessidade terapêutica, mas foi mantida contra sua vontade nas unidades particulares de saúde. A suspeita, que seria sua filha, teria cometido o crime para forçar a idosa a retirar queixa de maus-tratos contra os dois netos, de 2 e 9 anos, na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV).
A denúncia poderia provocar a perda da pensão que Patrícia de Paiva Reis, de 35 anos, recebe do ex-marido, pai dos filhos, pela guarda das crianças. Segundo a investigação da Polícia Civil, a idosa foi internada no último dia 6 deste mês, após ser abordada pela própria filha na saída de uma agência bancária. Assim que saiu, a mulher foi colocada dentro de uma ambulância por dois homens.
Em depoimento aos policiais, a idosa acreditou estar sendo vítima de um crime de “saidinha de banco” ou sequestro relâmpago, mas percebeu que o fato acontecia a mando de sua filha, já que um dos criminosos disse que “era coisa de família”.
Patrícia já teria tentado, sem sucesso, internar a mãe em outra ocasião. Na data em questão, ela passou por atendimento do Samu, mas a equipe médica de socorro, negou que a mãe da vítima tivesse sinais de problemas psiquiátricos, por isso a internação não se justificava.
A mulher, junto com o companheiro, foi presa no dia 24 de fevereiro em um apartamento na Zona Sul do Rio.