Tadeu Schmidt veta Sarah Aline do VIP após decisão de Ricardo e MC GuimêReprodução / TV Globo

Rio - A Polícia Civil intimou, nesta sexta-feira (17), o cantor Guilherme Aparecido Dantas Pinho, o MC Guimê, e o lutador Antônio Carlos Coelho de Figueiredo Barbosa Júnior, o Cara de Sapato, para depor sobre um suposto abuso contra a mexicana Dania Mendez dentro do programa Big Brother Brasil (BBB). A investigação também pediu à TV Globo imagens oficiais sobre o caso para dar prosseguimento ao inquérito que apura o crime de importunação sexualAmbos foram expulsos na noite desta quinta-feira (16) do reality
De acordo com a delegada Viviane da Costa, responsável pelas investigações na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, o inquérito contra o funkeiro e o lutador foi instaurado logo após os agentes tomarem conhecimento sobre o assunto. 
A titular informou que enviou um ofício à TV Globo pedindo todas as imagens oficiais dos supostos abusos cometidos pelos participantes. Até o momento, os agentes estavam investigando as imagens veiculadas nas redes sociais.
"Assim que nós tomamos conhecimento dos fatos pelas redes sociais, a Deam instaurou um inquérito policial para apurar a conduta dos envolvidos no reality show. Diligências estão sendo realizadas. As equipes estão nas ruas para fazer as diligências necessárias e foi enviado um ofício para a emissora solicitando as imagens oficiais do programa para que sejam analisadas pela nossa equipe", explicou Viviane.
Os vídeos citados pela delegada, disponibilizado nas redes sociais, mostram Guimê passando a mão nas nádegas da mexicana, que ficou incomodada e retirou as mãos do funkeiro do seu corpo. O MC ainda passou as suas mãos nas costas e na cintura da vítima. 
O cantor usou as suas redes sociais nesta sexta-feira (16) para falar pela primeira vez sobre o assunto, após ser expulso do programa. Em um vídeo postado no Instagram, o artista disse que está com o coração partido e processando tudo o que houve.
"Estou muito triste com o que rolou na última festa do BBB 23, desde quarta-feira. Estou com o coração partido, mesmo. Ainda estou processando tudo que rolou, são muitas informações, estou muito chateado e vou me pronunciar oficialmente. Vocês poderão ver minhas palavras. Reconhecerei minhas falhas. Estou com o coração humilde e aberto para reconhecer meus erros quando preciso e sei que errei", disse.
Beijo de Cara de Sapato
No quarto Fundo do Mar, o lutador roubou um selinho de Dania, que o chamou de atrevido. Mais tarde, ainda no quarto, ele prendeu a mexicana na cama e jogou um edredom em cima dos dois. Enquanto Sapato partia para cima de Dania no Fundo do Mar, a câmera do reality show mostrou Amanda deitada sozinha no outro cômodo.
Os internautas ficaram indignados com a situação e, assim como aconteceu com Guimê, acusaram Sapato de assédio. "Isso é assédio! Dania falando NÃO e Sapato mobilizou ela na cama. Não é não. A mulher teve a mala aberta pelo participantes, Guimê passou a mão na bunda dela e Sapato forçando a Dania. DANIA MERECE RESPEITO Não é não #BBB23, vai passar pano pra isso?", questionou uma pessoa no Twitter.
O lutador ainda não se posicionou sobre o assunto depois que deixou o programa. Antes da expulsão, a equipe que cuidava de suas redes sociais pediu desculpas a Dania e sua família e disse que Sapato terá que rever suas atitudes quando estivesse fora da casa.
"Sobre a madrugada: sabemos que certas atitudes não podem acontecer nem por brincadeira. Por isso, nossas sinceras desculpas a Dania e sua família pelos acontecimentos. Quando sair da casa e ver essas imagens, Sapato vai precisar ver o que aconteceu, rever comportamentos, se desculpar e aprender que há limites que não podem ser ultrapassados", disse a equipe em nota.
Crime de importunação sexual
Qualquer ato libidinoso, como beijo roubado, 'passada de mão' ou olhares lascivos e constrangedores podem incorrer em crime, caso a vítima não tenha consentido as atitudes, segundo especialistas ouvidos pelo O DIA
A importunação sexual foi tipificada no Código Penal brasileiro em setembro de 2018 para ocupar um vácuo na legislação. Antes havia apenas uma "contravenção penal" para punir a conduta, que não chega a ser um crime e tem penas brandas. A Lei nº 13.718, que tipificou o crime, determina que "importunação sexual é o ato de praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro".
A pena prevista é de um a cinco anos de reclusão, se o ato não constituir crime mais grave. Essa lei frisa que as penas aplicam-se independentemente da vítima denunciar o suspeito ou que já tenha mantido relações sexuais com ele anteriormente ao crime.