Os agentes foram vistos circulando pelas ruas da comunidade em meio a rotina dos moradoresReprodução

Rio - Agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) realizaram um patrulhamento em Rio das Pedras, na Zona Oeste, na noite desta quarta-feira (25). A ação surpreendeu moradores, mas de acordo com a PM, trata-se de um procedimento de rotina. A região vive sob influência de milicianos e tem sofrido com intensa disputa de território devido a invasões de traficantes da facção Comando Vermelho (CV).

Em imagens que circulam nas redes sociais, um grupo de pelo menos 14 policiais circula pelas ruas da comunidade em meio a rotina dos moradores.



Ainda nas redes, testemunhas revelaram que o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa estaria em reunião na comunidade com mais 50 homens, mas que fugiu ao saber da presença de agentes do Bope na região. A PM não confirmou a informação e explicou que até a manhã desta quinta-feira (26) a área estava estabilizada. Até o momento, não há registro de tiroteio na região.
Quem é Taillon

Taillon é apontado como o miliciano confundido com um dos médicos mortos a tiros em um quiosque na Barra da Tijuca, Zona Oeste, no início do mês. Ele cumpre pena em regime semiaberto desde março deste ano, após ser preso em dezembro de 2020 durante a Operação Sturm, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), em conjunto com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizada (Draco).

O miliciano é filho de Dalmir Pereira Barbosa, preso desde junho deste ano e apontado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) como um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste. O filho traçou o mesmo caminho e também é acusado de ser líder de uma quadrilha que atua na região de Rio das Pedras, Muzema e adjacências.

De acordo com o processo que consta contra ele no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), a organização criminosa de Taillon seria responsável pela exploração do transporte alternativo de vans e mototáxi, dos serviços básicos como água, gás e TV a cabo, cobrança extorsiva de "taxas de segurança" a comerciantes e moradores, invasão e grilagem de terras, construção imobiliária clandestina, além de agressões, ameaças e homicídios na região.