Vilma em sessão solene no Dia da Consciência Negra, em novembro, na Câmara dos DeputadosLula Marques/ Agência Brasil

Rio - Vilma Nascimento, eterna porta-bandeira da Portela, vai receber a Medalha Chiquinha Gonzaga como forma de apoio após o episódio de racismo sofrido por ela quando fazia compras na Duty Free do Aeroporto Internacional de Brasília. A honraria é dada a personalidades femininas que tenham se destacado em prol das causas democráticas, humanitárias, artísticas e culturais.
A homenagem, que será feita pela Câmara Municipal do Rio, foi aprovada pela vereadora Vera Lins (Progressista), que comentou sobre a escolha: "Antes de ser chamada de Cisne da Portela devido à leveza de seus movimentos, Vilma é uma mulher negra que teve seus direitos violados e não se calou diante do ocorrido. A medalha é apenas uma forma de registrar a coragem e determinação dessa mulher que sempre lutou por seus direitos e jamais abaixou a cabeça em toda sua vida".
A loja enviou um pedido de desculpas à baluarte e sua filha, Daniele Nascimento, além de demitir os funcionários envolvidos no caso. Apesar disso, a investigação sobre o ocorrido continua.
Cisne da Passarela
Criada em Madureira, Zona Norte da cidade, Vilma Nascimento desfilou pela primeira vez no bloco Unidos de Dona Clara, quando ainda era criança.
Aos 13 anos, estreou como porta-bandeira defendendo a União de Vaz Lobo, escola de sua mãe. Em 1957 chegou a Portela, onde conquistou quatro campeonatos seguidos, de 1957 a 1960.
Devido à leveza de seu bailar, recebeu do jornalista Valdinar Ranulfo o apelido de 'Cisne da Passarela'.