Filhote de oito meses é acompanhado por sua mãe e outra fêmea do grupoReprodução / Parque Nacional da Tijuca

Rio – O Parque Nacional da Tijuca, na Zona Norte da cidade, ganhou mais sete moradores nesta terça-feira (2). Os macacos-bugios (Alouatta guariba), que têm entre oito meses e 15 anos, vão se juntar aos outros oito animais da espécie que já vivem no local e ajudar a consolidar a presença deles em terras cariocas.
O novo grupo, composto por um macho e seis fêmeas, foi reintroduzido na natureza pela ONG Refauna. Marcelo Rheingantz, diretor-executivo da organização e biólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explicou que essa espécie é um dos 25 primatas mais ameaçados do mundo.
"Os animais que foram reintroduzidos agora são o primeiro grupo liberado depois da vacinação contra febre amarela, cuja epidemia em 2017 afetou fortemente o número desses animais no Sudeste, levando à criação de um comitê de manejo integrado de bugios", completou.
A ação desta terça é a segunda parte de um projeto que começou em 2015, quando a mesma ONG introduziu um casal de bugios no Parque Nacional da Tijuca, que marcou o fim da extinção de 200 anos da espécie no local .
Ao longo do tempo, a dupla gerou mais seis filhotes e estabeleceu uma taxa de natalidade de um animal por ano desde o início da refaunação, dado que supera o índice de outros lugares naturais, segundo a organização.
Veterinária do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, Silvia Bahadian Moreira acompanhou a chegada dos novos moradores e explicou sobre a importância da interação com os macacos que já estão adaptados.
"É preciso aumentar a variabilidade genética e esse novo grupo praticamente dobra o patrimônio genético dessa população, aumentando as chances deles se manterem e crescerem. Eles aumentam o valor da floresta em termos de biodiversidade, já que restabelecem processos ecológicos complexos que estavam perdidos".
Confira algumas fotos dos novos membros da Mata Atlântica no Rio de Janeiro.