Médico Antônio Cabedes Lopes foi preso em uma clínica clandestina de abortos na Taquara; local tinha seringas e medicamentosReprodução

Rio - O médico Antônio Cabedes Lopes e sua mulher, Maristela Melo da Silva, foram presos em flagrante, nesta quarta-feira (17), em uma casa usada como clínica clandestina para abortos, na Taquara, na Zona Oeste do Rio. Um eletricista, que fazia uma ligação elétrica ilegal, também foi detido.
Segundo a Polícia Civil, agentes da 32ª DP (Taquara), após um trabalho de inteligência e monitoramento, foram até o imóvel e identificaram o médico e a mulher trabalhando como sua assistente. No local, os agentes encontraram seringas, jalecos e medicamentos.
Os três presos serão indiciados por falsificação de produtos de medicina, furto de energia e crimes de relação ao consumo.
Segunda prisão sobre o mesmo crime
Em 2021, Antônio e Maristela foram presos em uma clínica clandestina na Freguesia, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, durante uma ação da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav). Na época, a dupla foi autuada em flagrante pelos crimes de aborto, crimes contra a saúde pública e relações de consumo, além de furto de energia elétrica. O médico já era procurado pela mesma atuação em Manaus, onde teria feito mais de 200 procedimentos.
A localização da clínica clandestina foi obtida após denúncias de que adolescentes estariam fazendo aborto no estabelecimento. O imóvel estava localizado em um condomínio de classe média alta No local, os policiais constataram que uma mulher, de 36 anos, havia acabado de abortar.
As investigações apontaram que a dupla cobrava, em média, R$ 5 mil por procedimento. O valor poderia variar para mais caso a gestação fosse de risco ou a depender da condição financeira das mulheres. Maristela atuava como instrumentadora, responsável por auxiliar o cirurgião durante o procedimento, e atraía clientes para o marido, além de intermediar as negociações e cuidar da contabilidade da clínica.
Sindicância
Mesmo após as duas prisões, o médico Antônio Lopes aparecia, até a tarde desta quinta-feira (18), com o registro ativo no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
Ao DIA, o órgão informou que instaurou uma sindicância para apurar os fatos. O processo corre em sigilo, de acordo com os ritos do Código de Processo Ético-Profissional.