O médico Antônio Cabedes Lopes, e sua mulher, Maristela Lopes da Silva, foram presos por comandar clínica clandestina de abortoReprodução
Médico preso em clínica clandestina de aborto Freguesia era procurado por mais de 200 procedimentos
Estabelecimento comandado por ele e a esposa foi estourado nesta quinta-feira pela Polícia Civil
Rio - Uma clínica de aborto clandestina que funcionava na Freguesia, Zona Oeste, foi interditada, nesta quinta-feira, por policiais da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav). O médico Antônio Cabedes Lopes, e sua esposa, Maristela Lopes da Silva, que atuava como "instrumentadora", foram presos no local. A dupla foi autuada em flagrante pelos crimes de aborto, crimes contra a saúde pública e relações de consumo, além de furto de energia elétrica. Antônio era procurado pela mesma atuação em Manaus, onde teria feito mais de 200 procedimentos.
A localização da clínica clandestina foi obtida após denúncias de que adolescentes estariam fazendo aborto em estabelecimento na Freguesia. Com a identificação do médico, a investigação chegou até o imóvel, localizado em um condomínio de classe média alta, no bairro da Zona Oeste. No local, os agentes constataram que uma mulher, de 36 anos, havia acabado de abortar.
De acordo com os delegado titular da Dcav, Adriano França, o médico já era procurado pelos mesmos crimes em Manaus. A dupla teria feito mais de 200 abortos no estado do Norte do país. Por aqui, a dupla cobrava, em média, R$ 5 mil por procedimento. O valor poderia variar para mais caso a gestação fosse de risco ou a depender da condição financeira das mulheres.
A esposa do médico, que tentou fugir do local ao perceber a chegada dos policiais, atuava como "instrumentadora", e atraía clientes, intermediava as negociações e cuidava da contabilidade da clínica clandestina.
Segundo os investigadores da especializada, o local não tinha as mínimas condições de higiene nem licença para funcionar. Havia sujeira no chão, os instrumentos cirúrgicos eram lavados na cozinha e uma bomba de sucção usada nos procedimentos ficava no chão.
Além disso, os policiais também encontraram no local medicamentos abortivos e outros com a data de validade vencida de 2017, 2018, 2019 e 2020. A paciente, que havia passado pelo procedimento pouco tempo antes de os policiais chegarem, foi encaminhada a um hospital. Ela foi medicada e liberada pela equipe médica.
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