Buscas pelo menino Edson Davi chegaram ao 14º dia consecutivo na Praia da Barra da TijucaArquivo / Armando Paiva / Agência O Dia

Rio - Os bombeiros que trabalharam no dia do desaparecimento do menino Edson Davi Silva Almeida, de 6 anos, na Praia da Barra da Tijuca, altura do Posto 4, na Zona Oeste, serão chamados para depor em breve. A informação foi divulgada pelo advogado Marcelo Shad, que representa a família da criança, após reunião com agentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) na tarde desta quinta-feira (18).
Segundo Chad, dois militares trabalhavam no local, no dia 4 de janeiro, quando Edson Davi desapareceu. A principal hipótese da DDPA indica que o menino tenha se afogado, mas, de acordo com o advogado, os bombeiros não chegaram a ver um afogamento na região.
"Ainda existem testemunhas a serem ouvidas. Testemunhas de destaque são os bombeiros que estavam de plantão no dia. Segundo informações, parece que eles estão abalados com a situação, então estão afastados por conta dessa situação. Eles não foram ouvidos oficialmente, mas teoricamente eles não viram o afogamento, se não teriam que ter comunicado. Eles serão ouvidos. Também acaba tirando um pouco a chance de afogamento porque eram dois bombeiros. Em um contexto geral, a gente sabe que não seria impossível o afogamento, mas a gente precisa sanar todos os pontos", explicou.
Desde o início das investigações, a DDPA obteve imagens que mostram Davi brincando na areia, próximo ao mar, ao lado de uma bandeira vermelha de alerta sobre os riscos aos banhistas, antes de desaparecer. Além disso, uma testemunha relatou que ele entrou no mar três vezes enquanto jogava futebol com outra criança e que o pai, Edson dos Santos Almeida, chegou a chamar a atenção do filho.
Em depoimento, um funcionário da barraca da família disse que pediu que a criança saísse do mar, pois estava revolto e com ondas grandes. Pouco antes do seu desaparecimento, o menino ainda pediu uma prancha de bodyboard emprestada para um barraqueiro, que negou, também por causa das condições da água. Logo depois, Edson Davi seguiu em direção à barraca dos pais.
Apesar das informações apuradas até o momento, a família do menino não acredita que ele tenha se afogado. Em protesto, os familiares solicitaram acesso às câmeras que mostram Edson Davi brincando na região. Segundo Chad, as imagens foram exibidas durante a reunião desta quinta-feira (18) e serviram para dar confiança à família sobre a investigação.
"Salvo engano, nós temos um total de 60 horas de gravação. A família não tem condição de assistir essas 60 horas, mas nos foi mostrado ali para entender como vem sendo feito o trabalho da polícia. Até um dos pontos do meu papel é isso. Para que eles possam confiar no trabalho da polícia, eles precisam ter uma certa verificação in loco do que eles estão fazendo. Eles conseguiram verificar que a imagem está nítida, a quantidade de policiais que estão trabalhando, eles conseguiram conversar com o chefe da investigação, com outros policiais que puderam trazer algumas informações que ajudam a família a confiar", afirmou o advogado.
"O grande ponto que nós temos é que a família precisa de uma resposta e entender o que aconteceu. O que eu não quero deixar é que a família fique com um pouco de dúvida. Esse está sendo o papel da defesa. Eu, como advogado, estou tentando que eles sanem todas as possibilidades. Se não houver mesmo a chance dele ter saído dali e ter ido ao mar, que eles tenham certeza que houve um afogamento e possam então conviver com essa realidade", completou.
A investigação da DDPA segue em andamento, sem que outras hipóteses sejam descartadas. Nesta quinta-feira (18), o Corpo de Bombeiros, assim como os policiais civis, participaram do 14º dia consecutivo de buscas pela região.
*Com colaboração de Cleber Mendes