Alejandro Prevez foi preso por suspeita de matar o galerista Brent Sikkema no Jardim BotânicoReprodução
Justiça mantém prisão de cubano suspeito de matar a facadas galerista americano no Jardim Botânico
Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, foi preso na quinta-feira (18), em Minas
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) manteve, em audiência de custódia realizada no fim da tarde deste domingo (21), a prisão do cubano Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, suspeito de matar a facadas o galerista americano Brent Sikkema, de 75, em uma casa no Jardim Botânico, Zona Sul.
A juíza Priscila Macuco Ferreira, da Central de Audiência de Custódia, julgou a legalidade do mandado de prisão temporária que determinou a detenção de Alejandro. A magistrada afirmou que o documento está dentro do prazo de validade e destacou que há informações sobre a prisão ser ilegal.
Ao ser questionado, o cubano disse que foi agredido durante o cumprimento do seu mandado de prisão em Minas Gerais por policiais rodoviários federais e por policiais civis com golpes no braço, pescoço e braço. Alejandro disse à juíza algumas características físicas dos agentes e contou que as agressões aconteceram em um posto de gasolina. Devido ao relato, a juíza recomendou que o homem passe por um exame de corpo de delito.
O suspeito foi preso na quinta-feira (18) em um posto de gasolina na BR-050, entre as cidades de Uberaba e Uberlândia, em Minas Gerais. A ação foi realizada por policiais da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) com apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Civil de São Paulo.
A investigação identificou que o suspeito foi para o Estado de São Paulo após o crime e a partir daí passou a ser monitorado, sendo preso em Minas. O cubano estava com US$ 3 mil quando foi detido.
O crime é tratado como latrocínio - roubo seguido de morte -, mas a possibilidade de homicídio não foi descartada pela DHC já que, segundo testemunhas, o autor do crime a vítima se conheciam.
"Não temos dúvida de que foi premeditado, a dúvida que vai ser esclarecida é se o objetivo do Alejandro foi roubar ou se tinha outra finalidade. Já sabíamos que o autor esteve aqui no Rio no meio do ano passado e a vítima também esteve e, segundo uma testemunha, eles teriam se encontrado", disse Alexandre Herdy, delegado titular DHC.
Ainda segundo a polícia, Alejandro foi cauteloso na ação pois não arrombou a porta do americano. Ele optou por uma chave mista e ainda deixou o ar-condicionado do quarto ligado. "Nos chamou a atenção ele ter mantido o ar-condicionado ligado, provavelmente para postergar os efeitos recorrentes de uma morte, consequentemente, chamaria menos atenção na região em que as casas são bem próximas", explicou Herdy.
De acordo com o delegado Felipe Curi, diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), Brent Sikkema foi atingido por 18 facadas, com perfurações no tórax e no rosto.
"Foi uma ação extremamente cruel e premeditada, ele ficou mais de doze horas esperando o melhor momento para entrar na residência da vitima. Ficou cerca de quinze minutos dentro da casa e efetuou dezoito perfurações, no tórax e no rosto. Ele subtraiu 30 mil dólares, mais 40 mil reais, além de objetos e joias. Depois, entrou no carro e retornou a São Paulo", relatou.
Quem era o galeirista
Brent Sikkema tinha 75 anos e era sócio-proprietário de uma famosa galeria de arte em Nova Iorque, a Sikkema Jenkins & Co. Seu corpo foi encontrado por sua advogada com marcas de perfurações dentro da própria casa, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio, na noite da última segunda-feira (15). Segundo a polícia, a arma não estava na casa da vítima.
Ele começou a trabalhar com galerias de arte em 1971, como diretor de exibições na Visual Studies Workshop, uma organização sem fins lucrativos para educação artística. O empresário abriu sua primeira galeria em Boston, em 1976. Em 1991, fundou a Wooster Gardens, atualmente Sikkema Jenkins & Co. Desde 2003, ele e Michael Jenkins, com quem trabalhou em diversos projetos artísticos no local, eram sócios do espaço.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.