Excesso de produtos vencidos causaram a interdição da padariaReprodução
Padaria onde mulher morreu eletrocutada é interditada pela Delegacia do Consumidor
Fiscalização da Polícia Civil encontrou diversos produtos fora da validade; ex-funcionária denuncia falta de higiene
Rio – A Delegacia do Consumidor da Polícia Civil interditou a Padaria Lamego, no Engenho da Rainha, Zona Norte do Rio, onde a operadora de caixa Nathália Ribeiro de Oliveira Luciano, de 34 anos, morreu eletrocutada na sexta-feira passada (19). A ação ocorreu após fiscalização que encontrou diversos produtos fora da validade.
Durante a fiscalização os agentes encontraram cerca de 326 kg de alimentos impróprios ao consumo, expostos à venda. Três gerentes do estabelecimento foram presos em flagrante com base na Lei dos Crimes Contra as Relações de Consumo, cuja pena varia de 2 a 5 anos de detenção.
Após a constatação das irregularidades pelo Perito Criminal do SPCID/ICCE (Serviço de Perícia da Cidade da Polícia) todo material identificado como impróprio para o consumo humano foi descartado.
Uma ex-funcionária da padaria, que não quis se identificar, relatou ao DIA que ratos e baratas já foram vistos no salão. Os produtos fora da validade também eram um problema. "A gente tinha que trocar a validade de muitos produtos. O produto vencia, eles viam que estava bom e tínhamos que colocar outra validade. Tinha bolo mofado... Só tirávamos quando um cliente chegava e reclamava. Já vi pessoas comprando torta de aniversário e pedindo o dinheiro de volta por estar azeda", disse.
Nathália Luciano morreu na padaria Lamego ao sofrer um choque na mesa de bufê. De acordo com Beatriz Luciano, prima da vítima, o gerente do local pediu que os funcionários limpassem o sangue da vítima para que o estabelecimento voltasse a funcionar normalmente.
Segundo ela, o gerente teria ironizado o incidente e disse que não socorreu Nathalia "porque ela era gorda". A prima da operadora de caixa ainda contou que recebeu apoio de ex-funcionários e outras pessoas que também relataram já terem sofrido descarga elétrica no estabelecimento.
"Ele [gerente] já saiu falando que eles não têm culpa, que a morte dela foi morte súbita. Ele é médico para falar que é morte súbita? Ele não tem que alegar nada. Além dele estar alegando isso para todo mundo que ele tem contato, ele não está dando nenhum tipo de apoio. Além de ter acontecido essa fatalidade, ele está tirando sarro disso. Como você fala para as pessoas que você não ajudou uma pessoa que sofreu um acidente no seu estabelecimento porque ela era gorda?", afirmou.
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