Armamento apreendido com milicianos na Gardênia Azul pertenceria à quadrilha de Rio das PedrasReprodução

Rio - A Polícia Militar prendeu dois milicianos e apreendeu dois fuzis na Gardênia Azul, Zona Oeste da cidade, nesta segunda-feira (12). Segundo a corporação, os criminosos foram localizados durante ação do Batalhão de Choque (BPChq) na comunidade. A região vive clima de guerra em meio a disputa de territórios entre o traficantes e milicianos.
A primeira prisão aconteceu ainda durante a madrugada, enquanto a segunda no início da manhã desta segunda. O armamento apreendido com a dupla, além de dois carregadores foram levados para a 32ª DP (Taquara), onde as prisões foram registradas. 
Relatos de moradores nas redes sociais indicam que a dupla seria integrante da milícia de Rio das Pedras, que faz divisa com a comunidade. A troca de tiros também assustou moradores logo pela manhã. 
"O dia amanheceu com o coro comendo aqui no Gardênia Azul, Carnaval de tiros. Senhor nos guarde", comentou uma usuária do X, antigo Twitter. 
Conflito diário
A comunidade vive um clima de tensão diário por conta dos conflitos entre milicianos e traficantes da facção Comando Vermelho (CV) que disputam o domínio da localidade. Neste sábado (10), um policial militar foi assassinado no bairro do Anil, que fica próximo à comunidade. O crime teria sido cometido por traficantes do Gardênia Azul. 
Entre quinta-feira (8) e sexta (9), um confronto entre os grupos rivais deixou uma pessoa morta e outra ferida, além de dois corpos terem sido encontrados no Gardênia Azul. 
Por conta da crescente violência, moradores
da comunidade chegaram a fazer uma manifestação na região. O ato bloqueou uma pista da Avenida Tenente Coronel Muniz de Aragão, próximo à Avenida Ayrton Senna. Durante o protesto, um carro foi incendiado. A Polícia Civil investiga os casos. 
Disputa por poder
A Gardênia, assim como a Muzema, em Itanhangá, e Rio das Pedras, também na Zona Oeste, sofreu forte influência de milicianos nos últimos anos. Com essa suposta invasão, o tráfico, comandado por Edgar Alves de Andrade, também conhecido como Doca e Urso, um dos líderes da facção atuante na Penha, na Zona Norte, teria tomado conta de comunidades dentro da Gardênia e expandido pontos de venda de drogas pela região.