Polícia Civil realiza perícia no local onde advogado Rodrigo Crespo foi assassinado no Centro do RioPedro Ivo/Agência O Dia

Rio - A Polícia Civil busca imagens de câmeras de segurança que registraram a movimentação em frente ao escritório onde o advogado Rodrigo Marinho Crespo trabalhava, principalmente nos dias que antecederam ao crime. Câmeras do prédio onde Rodrigo morava, na Lagoa, na Zona Sul do Rio, também estão sendo analisadas. Documentos e computadores que estavam na residência dele também estão sendo analisados. Os investigadores tentam descobrir se os criminosos conheciam a rotina da vítima.
O advogado foi executado a tiros na Avenida Marechal Câmara, no Centro do Rio, por volta das 17h da última segunda-feira (26). O crime aconteceu na calçada onde fica a sede da Ordem dos Advogados do Brasil no estado (OAB-RJ), e a poucos metros do Ministério Público e da Defensoria Pública.
Segundo as investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o criminoso pode não conhecer a vítima, mesmo que Rodrigo tenha sido chamado pelo nome antes de ser baleado. A atitude demonstra, inicialmente, que o executor queria ter certeza de que estava abordando o alvo certo. O advogado foi baleado duas vezes quando estava de pé e outras dez após cair. Rodrigo estava lanchando com o sobrinho no momento em que foi abordado por um criminoso encapuzado.
"Foram dois disparos em pé e dez com a vítima já caída. O executor já praticou esse tipo de crime e sabia o que estava fazendo, pelas imagens dá para ver isso, mas ainda é cedo para dar qualquer tipo de detalhe. Mas temos certeza que vamos chegar no autor, isso é certo", garantiu Amin em coletiva de imprensa, na tarde de terça-feira (27). Ainda segundo o secretário de Polícia Civil, apenas a hipótese de latrocínio foi descartada até o momento.
Em nota, nesta quinta-feira (29), a Polícia Civil reforçou que agentes estão ouvindo testemunhas, levantando informações e realizando demais investigações para identificar a autoria e esclarecer a motivação do crime.
Rodrigo foi enterrado no início da tarde de quarta-feira (28), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio. A despedida foi marcada pelo silêncio e tristeza de familiares e amigos, que não quiseram comentar o caso. Cerca de 100 pessoas estiveram na despedida. Durante o cortejo, a mãe, o pai e o irmão foram consolados e confortados por familiares e amigos. Colegas do escritório onde Rodrigo trabalhava também estiveram presentes.
Quem era a vítima?
Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) desde novembro de 2011, Rodrigo Crespo fazia parte da Comissão de Direito Processual Civil. Também era sócio fundador do Marinho & Lima Advogados, tinha experiência em Direito Civil Empresarial com ênfase em Contratos e Direito Processual Civil. Ele se formou em 2005 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e tinha pós-graduação em Direito Civil Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Conforme consta no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), Rodrigo estava à frente das defesas de processos por posse, aquisição de bens materiais, indenização por bens materiais e confissão de dívidas. O advogado também atuou contra Glaidson Acácio dos Santos, o 'Faraó dos Bitcoins', em um processo que correu entre 2022 e 2023 na 3ª Vara Cível da Barra da Tijuca, Zona Oeste. O inquérito foi arquivado porque o homem que processou Glaidson deixou de se manifestar à Justiça após não conseguir a gratuidade no processo.