Braz Marques foi exonerado de seu cargo como secretário de Administração de MangaratibaReprodução
Ex-secretário de Mangaratiba, considerado foragido da Justiça, responde por estupro de vulnerável
Braz Marcos da Silva Marques, de 51 anos, teria abusado sexualmente de uma criança, de 8 anos, filha da ex-companheira, em 2016
Rio - O ex-secretário de Administração de Mangaratiba, Costa Verde do Estado, Braz Marcos da Silva Marques, de 51 anos, considerado foragido da Justiça por descumprir uma medida protetiva, também responde a um processo pelo crime de estupro de vulnerável. Ele é acusado de abusar sexualmente, por quatro vezes, a filha da ex-mulher.
O primeiro abuso teria acontecido quando a criança tinha apenas 8 anos, em 2016, mas o caso só foi registrado em 2020, na 165ª DP (Mangaratiba), após a vítima relatar os abusos para a mãe. O relacionamento do casal já tinha terminado na época.
Segundo depoimento da vítima, na primeira vez Braz colocou a mão dentro de seu biquíni quando ela estava na piscina. Já a segunda vez teria acontecido quando ela estava com dor de barriga e o homem usou um creme para massagear a região e depois descer para as partes íntimas. O terceiro abuso teria sido realizado na praia, e o quarto, enquanto a menina dormia.
O caso foi encaminhado para o Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ), que avaliou os laudos e o estudo psicológico da vítima, aceitou a denúncia e pediu, em 2022, a prisão preventiva do ex-secretário. No documento que O DIA teve acesso, o órgão justificou o pedido pela garantia da ordem pública em decorrência da gravidade do delito.
O MPRJ também alegou que o acusado arrumou justificativas para mudar datas da audiência do caso em, pelo menos, três oportunidades. Em uma delas, Braz teria apresentado um atestado médico de três dias, mas nesse tempo postou uma foto com amigos no Festival de Pinga de Paraty de 2022. Em outro episódio, ele teria voltado a afirmar que estava doente, apresentando um novo atestado, mas teria pedido à ex-companheira para que ele pegasse o filho com o objetivo de dormir com ele. O órgão contestou o fato, já que ele estaria disposto a sair de casa para buscar o filho, mas não para ir à audiência. Já na terceira data para a oitiva, ele tinha uma viagem marcada.
"Diante da gravidade dos fatos narrados em denúncia, bem assim diante da inequívoca vulnerabilidade da vítima, uma adolescente que conta, atualmente com 14 anos de idade, faz-se necessário garantir a ordem pública e regular andamento do processo, de modo a inibir qualquer ato atentatório à Justiça, que vise atrapalhar o andamento da persecução injustificadamente. O acusado, ao fazer inúmeros requerimentos de adiamento das audiências de instrução e julgamento, apresentando requerimentos nitidamente protelatórios, que visam apenas atrasar o andamento da ação penal, nos permite concluir que este busca impedir o juízo de colher as provas necessárias para embasar sua condenação, sendo a sua prisão absolutamente necessária para fins de conveniência da instrução criminal", informou o MPRJ em 2022.
A Justiça aceitou a denúncia e tornou Braz réu pelo crime de estupro de vulnerável. A princípio, foi imposto medidas cautelares contra o homem, como por exemplo o afastamento em relação à vítima e seus familiares por pelo menos 200 metros e proibição de manter contato com a criança e a família. O processo corre em segredo de Justiça desde 2021 e a próxima audiência está marcada para o dia 13 de março.
A reportagem de O DIA tenta localizar a defesa de Braz. O espaço está aberto para manifestação.
Foragido da Justiça
Braz é considerado foragido da Justiça desde a última sexta-feira (23) por descumprir uma medida protetiva contra a ex-companheira. Ele foi exonerado do cargo de secretário de Administração de Mangaratiba, em publicação feita no Diário Oficial do município, na quarta-feira (28).
Ele é investigado por violência doméstica na 165ª DP. Esse processo também corre em segredo de Justiça.
Por meio de nota, a Prefeitura de Mangaratiba afirmou que mandado de prisão não tem qualquer relação com a gestão municipal: "A decisão judicial corresponde a um processo de cunho pessoal e por isso, a prefeitura não irá se manifestar sobre o assunto."
Para o lugar de Braz Marcos, o prefeito Alan Bombeiro colocou Luciana Campos Pereira da Silva Santos, então subsecretaria para Assuntos Executivos.
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