Rodrigo Marinho Crespo foi morto a tiros no Centro do RioReprodução/Redes sociais

Rio - A Polícia Civil realiza, nesta segunda-feira (4), uma operação para prender dois suspeitos de envolvimento na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo, 42 anos. Dentre os alvos, está um policial militar. A vítima foi executada a tiros no último dia 26, por volta das 17h, na Avenida Marechal Câmara, no Centro do Rio.

Na ação, além dos mandados de prisão temporária, os agentes também têm como objetivo o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão contra o PM Leandro Machado Da Silva, do 15ªBPM (Caixas), e Eduardo Sobreira Moraes. Ambos já são considerados foragidos da Justiça.

Segundo as investigações da Delegacia Homicídios da Capital (DHC), Eduardo foi o responsável pela vigilância e monitoramento da vítima nos dias que antecederam o crime, e também no dia da morte, na parte da manhã até o início da tarde, utilizando um veículo VW/GOL branco, similar ao dos executores.

O veículo foi entregue a Eduardo pelo PM Leandro Machado, responsável por coordenar toda a logística do crime. O policial, inclusive, já foi investigado e preso pela prática de homicídio, e por integrar grupo paramilitar com atuação em Duque de Caxias.

As investigações seguem em andamento identificar os demais envolvidos e a motivação do assassinato.
Procurada, a Polícia Militar informou apoia a operação da Civil com relação ao homicídio do advogado Rodrigo Marinho Crespo.
"O agente já estava afastado do serviço nas ruas, pois responde a um outro inquérito por participação em organização criminosa, tendo sido preso preventivamente em abril de 2021. A corregedoria já havia instaurado um procedimento administrativo disciplinar em relação ao policial, que pode culminar com sua exclusão das fileiras da corporação", disse.
Ainda em nota, a corporação informou que repudia e condena qualquer cometimento de crime realizado por seus agentes, "punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos".
Relembre o caso
O crime aconteceu em frente ao escritório onde o advogado era sócio fundador, na calçada do prédio da OAB-RJ. De acordo com imagens de câmeras de segurança, um carro branco se aproximou da vítima às 17h16 da última segunda-feira (26). Em ação que durou cerca de 14 segundos, um homem encapuzado deixou o veículo e efetuou diversos disparos contra Rodrigo.

Antes de atirar, o homem ainda chamou o advogado pelo nome. Ainda segundo a DHC, a atitude demonstra, inicialmente, que o executor queria ter certeza de que estava abordando o alvo certo. O advogado foi baleado duas vezes quando estava de pé e outras dez após cair. Rodrigo estava lanchando com o sobrinho no momento em que foi surpreendido pelo criminoso

Rodrigo foi enterrado no início da tarde de quarta-feira (28), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio. A despedida foi marcada pelo silêncio e tristeza de familiares e amigos, que não quiseram comentar o caso. 

Quem era a vítima?
Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) desde novembro de 2011, Rodrigo Crespo fazia parte da Comissão de Direito Processual Civil. Também era sócio fundador do Marinho & Lima Advogados, tinha experiência em Direito Civil Empresarial com ênfase em Contratos e Direito Processual Civil. Ele se formou em 2005 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e tinha pós-graduação em Direito Civil Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Conforme consta no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), Rodrigo estava à frente das defesas de processos por posse, aquisição de bens materiais, indenização por bens materiais e confissão de dívidas. O advogado também atuou contra Glaidson Acácio dos Santos, o 'Faraó dos Bitcoins', em um processo que correu entre 2022 e 2023 na 3ª Vara Cível da Barra da Tijuca, Zona Oeste. O inquérito foi arquivado porque o homem que processou Glaidson deixou de se manifestar à Justiça após não conseguir a gratuidade no processo.