Thaynara Permanhani, 20, e Rafael Viana, 36, tentam retornar a Ouro Branco (MG) após viagem de trabalhoBeatriz Perez/ Agência O DIA
Um professor que iria ontem para Macuco, no interior do Rio, foi um dos passageiros que correu pelo salão da rodoviária, quando ouviu disparos. Nesta manhã, ele que prefere não se identificar, conseguiu reaver sua passagem para finalmente chegar ao destino.
"Vieram policiais correndo e começou o tiroteio. Todos ficaram sem saber pra onde correr. Eu consegui sair pela escada de emergência", lembrou o professor que ainda sentia-se assustado ao retornar à rodoviária.
A aposentada Teresa Carvalho de Araújo, 75, mora em Saquarema, na Região dos Lagos, e veio ao Rio para visitar os filhos. Ela foi impedida de voltar para casa na terça-feira à noite e também conseguiu remarcar a viagem para a manhã desta quarta-feira.
"Não cheguei até aqui ontem. Eu estava na Avenida Brasil, minhas filhas começaram a me ligar desesperadas para voltar para a Ilha do Governador que o bicho tava pegando", contou a aposentada que ficou nervosa com o episódio.
"É uma insegurança porque a gente não sabe se vai conseguir trocar a passagem hoje e a vontade de voltar para casa de estar em casa tranquilo é grande. A gente não sabe se vai dar certo ou se tem que esperar outra remarcação", contou Thaynara.
O analista Rafael lamentou que já deveriam estar no trabalho, mas ainda não conseguiram deixar o Rio. "A gente veio para o evento da empresa, ocorreu tudo bem, achamos bem receptivos os ambientes da cidade e na hora de ir embora aconteceu isso. Agora essa incerteza de quando voltar para casa, se vai ter vaga no ônibus, o desgaste para remarcar hotel e tentar hospedagem", desabafou Rafael.
A empresária Letícia Knupp, 24, mora em Lisboa, em Portugal, e soube na manhã desta quarta-feira, do episódio do sequestro, enquanto estava em um táxi do aeroporto para a rodoviária, para visitar a cidade em Friburgo, na Região Serrana.
"Eu fiquei um pouco apreensiva. A gente tá indo para casa, fazendo viagem que se programou e um incidente desses deixa todo mundo muito preocupado, como se a qualquer momento pudesse acontecer qualquer coisa", comentou.
Diante do episódio em que um criminoso baleou um passageiro na rodoviária e sequestrou um ônibus por 3h com 16 reféns, a porta-voz da Rodoviária do Rio, Beatriz Lima, afirmou que a implementação de um detector de metais depende de que uma equipe da Polícia Militar opere o equipamento 24h por dia. Ela explicou que a vigilância da concessionária é patrimonial e não tem poder de polícia.
A representante da concessionária frisou que em mais de 30 anos, esse foi o único episódio de sequestro de ônibus no terminal. "A concessionária promoveu uma série de melhorias na segurança ao longo dos anos, como ampliação das câmeras de monitoramento, e conta com uma equipe de vigilantes patrimoniais. Possuímos também um posto do batalhão de policiamento em áreas turísticas, o BPTur, voltado aos turistas", finalizou a porta-voz da Rodoviária do Rio.
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