Rio - O governador Cláudio Castro afirmou, nesta quinta-feira (21), que fez "uma cobrança muito dura" ao secretário de Polícia Civil, Marcus Amim, com relação ao furto de uma máquina usada na produção de cigarros, em fevereiro do ano passado. O equipamento, de seis toneladas, foi levado de dentro da Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte. A corporação só descobriu o furto em junho, mas a Corregedoria abriu inquérito apenas em novembro.
"Eu fiz uma cobrança muito dura ao secretário Amim assim que eu soube e determinei uma apuração severa, rigorosa e que a gente puna quem fez esse malfeito para que situações como essa não aconteçam mais", disse.
Durante entrevista coletiva no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio, Castro disse que exigiu melhorias na infraestrutura da Cidpol e citou outro escândalo envolvendo a corporação, quando policiais civis escoltaram um caminhão carregado de maconha pela Via Dutra até o Jacarezinho e negociaram a liberação da carga. Na ocasião, quatro agentes e um advogado foram presos por tráfico de drogas e corrupção.
"Isso é uma crítica que eu já venho fazendo desde a questão do caminhão. Aquilo motivou a recriação da Corregedoria Geral Unificada e uma cobrança que eu estou fazendo para a secretaria é que a gente melhore a infraestrutura da Cidade da Polícia para que situações como a do caminhão e essa não aconteçam mais. Estamos trabalhando em tecnologia em todo estado para que situações como essa sejam prevenidas e é realmente algo que desagrada demais", afirmou Castro.
Furto de máquina
De acordo com a investigação, 50 agentes da especializada que trabalharam na Cidade da Polícia naquele dia foram ouvidos, mas nenhum deles teria presenciado a retirada do maquinário de galpão usado pela corporação. O equipamento de seis metros, capaz de produzir 2.500 cigarros por segundo, havia sido apreendido durante uma ação em novembro de 2022 que estourou uma fábrica ilegal de cigarros paraguaios em Duque de Caxias, Baixada Fluminense.
A produção era feita por 23 imigrantes do Paraguai mantidos em situação análoga à escravidão. À época, o grupo foi resgatados por agentes da Divisão de Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DCOC) e da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) que participaram da ação.
Após a ação, o equipamento foi levado para o depósito da Polícia Civil, na Cidade da Polícia, e por determinação da 3ª Vara do Trabalho de Caxias, a máquina foi posto à venda em um leilão. A investigação da corporação sobre o desaparecimento, contudo, só começou em junho, quatro meses depois, porque um oficial de justiça, contratado pela empresa compradora do maquinário, tentou conferir a situação em que ele se encontrava.
Sem avanço, o caso foi parar na Corregedoria da Corporação em novembro de 2023. Desde então, o destino do equipamento ainda é investigado pela corporação.
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