Rio - Um cachorro da raça pitbull foi morto a tiros após atacar um promotor do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), nesta segunda-feira (29), durante uma operação conjunta para demolição de dois prédios construídos irregularmente na Ilha da Gigoia, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Com a demolição, estimou-se um prejuízo no valor de R$ 3,5 milhões aos responsáveis pela obra. A ação foi realizada entre a Secretaria de Ordem Pública (Seop) e o Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O promotor foi atacado pelo cachorro enquanto fazia uma vistoria em uma área de fundos. No momento do ataque, a vítima entrou no quarto em que o animal estava.
O tutor do animal, que acompanhava a ação, sumiu do local no momento do ataque. O cachorro foi atingido por, pelo menos, três tiros e não resistiu aos ferimentos. Batizado de Zeus, tinha quatro anos e vivia há três com o mesmo dono. O promotor foi socorrido e encaminhado ao hospital. Não há informações sobre o estado de saúde.
De acordo com o MP, caso foi registrado na delegacia de Polícia da região, para apuração da responsabilidade do tutor do animal.
Procurada, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca). Segundo a unidade, um procedimento foi instaurado para apurar o ataque do animal ao promotor e a omissão de cautela do animal. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) também investiga as circunstâncias em que o cão era tratado pelo tutor.
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Uma das construções demolidas possuía três pavimentos e dois apartamentos por andar e o outro, também com três pavimentos, sendo quatro apartamentos por andar. Ambos foram erguidos sem qualquer autorização da Prefeitura do Rio.
O primeiro prédio estava em fase de conclusão e o segundo com suas obras em andamento, sendo parte em fase de acabamento e outra em fase de alvenaria. Além disso, os prédios não atendem aos parâmetros urbanísticos da região.
"Hoje a Secretaria de Ordem Pública faz mais uma operação para demolir construções irregulares. Nós estamos aqui na Ilha da Gigóia, uma área que infelizmente vem sofrendo influência de crime organizado, da milícia, que se utiliza do mercado imobiliário ilegal para lavagem de dinheiro. Certamente, essas obras, não tendo licença, não tem também projeto aprovado, não tem segurança. Então nós estamos aqui para preservar a vida das pessoas e asfixiar financeiramente o crime organizado", afirma o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale.
As construções vinham sendo fiscalizadas desde o início das construções, sendo a primeira notificação realizada em abril de 2023. Na ocasião, os responsáveis aceleraram as obras em total descumprimento a notificação que determinava a imediata paralisação.
As edificações foram construídas em um lote de 500 metros quadrados e possuem aproximadamente 900 metros quadrados de área construída.
A atuação do MPRJ teve como objetivo apurar eventuais indícios da prática de crimes ambientais e de organização criminosa, entre outros, com vistas a promover a responsabilização criminal dos autores das construções irregulares e dos ilícitos ambientais.
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