Imagens foram cedidas pelo chefe do COR, Marcus Belchior, em reunião com o vereador Luiz Ramos Filhos (PSD)Divulgação/Comissão de Defesa dos Animais
Cães envenenados: COR disponibiliza imagens de câmeras à polícia
Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente investiga intoxicação de cerca de 40 animais no Jardim Oceânico
Rio - Imagens de câmeras municipais de monitoramento foram disponibilizadas à Polícia Civil para colaborar com as investigações sobre o envenenamento de cães. Os casos aconteceram em maio, no Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, e são investigados pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). Nesta segunda-feira (10), tutores de animais intoxicados na região prestaram depoimento na especializada.
As imagens dos canteiros onde animais teriam sido intoxicados foram disponibilizadas pelo chefe do Centro de Operações Rio (COR), Marcus Belchior, após reunião com o presidente da Comissão de Defesa dos Animais da Câmara Municipal, o vereador Luiz Ramos Filhos (PSD), na tarde de ontem. "Essas imagens são fundamentais para que a polícia descubra quem colocou substância tóxica nos canteiros do Jardim Oceânico. É preciso investigar e punir quem cometeu essa barbaridade", afirmou o parlamentar.
Em uma publicação nas redes sociais, o prefeito Eduardo Paes já havia informado que a Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Apoio (Civitas) do COR estava trabalhando para identificar os responsáveis. "Precisamos também saber a motivação, se foi propositalmente para envenenar os animais ou para exterminar pragas. De qualquer maneira é crime e precisa ser investigado e punido", completou Ramos Filho. Segundo o Centro de Operações, as imagens das câmeras municipais estão à disposição da Polícia Civil.
Entretanto, o COR também informou que, por não ter o conhecimento dos pontos exatos, horários e datas das ocorrências, não consegue localizar nenhum tipo de imagem e que, até o momento, não foi procurado pelos órgãos estaduais. Procurada, a Polícia Civil informou que a DPMA enviou equipes para a região dos casos, onde colheram imagens de câmeras de segurança, que estão sendo analisadas. Até o momento, tutores e uma veterinária foram ouvidos e as investigações estão em andamento.
Os tutores dos animais disseram desconfiar de porteiros e zeladores, que teriam o hábito de pulverizar o herbicida glifosato nas ruas do bairro. O produto tem o uso proibido, porque pode causar intoxicação em animais e humanos. "Ainda é prematuro fazer qualquer afirmação sobre autoria deste crime. A polícia investiga se partiu de empresas ou de funcionários dos condomínios. Estive no Centro de Operações e as imagens das câmeras da região já estão nas mãos da polícia", esclareceu o vereador.
Relatos apontam que seis cães morreram e outros 40 foram intoxicados no bairro. A maioria dos cachorros foi diagnosticada com quadros de pancreatite, peritonite e gastrite severa e até hemorrágica. O vereador reforçou a importância dos donos de animais que tiveram sintomas de envenenamento procurem a polícia. "Também não podemos precisar um número de vítimas sem que os tutores dos animais intoxicados venham a delegacia dar queixa", apontou.
O parlamentar ressaltou que maus-tratos a animais pode levar a pena de dois a cinco anos de prisão e o uso de veneno em logradouro público é crime contra a saúde pública. Nesta terça-feira (11), o presidente da Comissão vai ouvir veterinários das clínicas que atenderam os animais afetados.
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