Manifestantes estiveram em frente à sede do Departamento de Gestão HospitalarRenan Areias / Agência O Dia

Rio - Servidores da rede federal realizaram, nesta segunda-feira (17), um protesto contra a divisão das unidades de saúde à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), ao Grupo Hospitalar Conceição, ao Governo do Estado e à Prefeitura do Rio, o que classificam como fatiamento e privatização. O Ministério da Saúde, no entanto, afirmou que seguirá coordenando o programa de reconstrução dos hospitais, mas fará isso a partir do modelo de gestão compartilhada.
O grupo se reuniu no Hospital dos Servidores do Estado e caminhou até a sede do Departamento de Gestão Hospitalar, no Centro do município. Durante o ato, os profissionais de saúde levaram cartazes com a frase "estamos em greve", além de um caixão para simbolizar o "enterro da municipalização da rede", já que as unidade passariam a ser administradas por diferentes gestores.
De acordo com Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Sindsprev-RJ), representantes marcaram uma reunião com Tereza Navarro, diretora do DGH, após a manifestação.
Há um mês, profissionais da rede feral entraram em greve por tempo indeterminado, com a suspensão de atendimentos não emergenciais e cirurgias eletivas. A paralisação ocorre nos hospitais de Bonsucesso e Andaraí, na Zona Norte, da Lagoa e Ipanema, na Zona Sul, Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, e dos Servidores do Estado, na Saúde, no Centro.
Os servidores reivindicam ainda orçamento que dê condições aos hospitais de prestar atendimento à população e realização de concurso público para cobrir o déficit de pessoal, atualmente em torno de 60%, segundo o Sindsprev. A classe também pede bem prorrogação dos Contratos Temporários da União (CTUs) até a realização de concurso, transferência para a carreira da Ciência e Tecnologia, cumprimento do acordo de greve de 2023, pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo e do piso da enfermagem em valores integrais.
Em março, o Ministério da Saúde publicou com portaria que cria a coordenação-geral de governança hospitalar. Na prática, a deliberação faz com que a direção de cada um dos seis hospitais federais do Rio perca a autonomia da gestão, que ficará centralizado nas mãos do DGH.
Procurada, Prefeitura do Rio afirmou que não há nenhum plano de fatiamento ou privatização dos hospitais federais. "Isso não existe e nunca foi discutido", comunicou.
O Ministério da Saúde destacou que não haverá qualquer tipo de fatiamento da gestão dos hospitais e reforçou o compromisso de manter o diálogo para ouvir todas as reivindicações da categoria.
"O Governo Federal seguirá coordenando o programa de reconstrução dos hospitais e fará isso a partir do modelo de gestão compartilhada do SUS. Essa solução tem sido discutida pelo Ministério junto à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e a Fiocruz", explicou a pasta.
"O Ministério reforça que vem atuando para reconstruir e fortalecer os Hospitais Federais no Rio de Janeiro. Entre as medidas adotadas estão a instalação do Comitê Gestor, a convocação de mais de mil profissionais, e a prorrogação de mais de 1,7 mil contratos temporários; além da instalação de mesa de negociação para tratar das demandas das trabalhadoras e dos trabalhadores dos hospitais federais", concluiu.