Audiência pública na UFF termina com ocupação de reitoria e acusações de agressões
Diretório Central dos Estudantes (DCE) afirmou que os alunos foram estrangulados e alvos de socos por parte de seguranças; já a universidade diz que os funcionários foram agredidos
Estudantes invadiram e ocuparam prédio da UFF após audiência nesta terça-feira (18) - Reprodução
Estudantes invadiram e ocuparam prédio da UFF após audiência nesta terça-feira (18)Reprodução
Rio - Uma audiência pública para discutir a situação orçamentária da Universidade Federal Fluminense (UFF) terminou com ocupação da reitoria e acusações de agressões nesta terça-feira (18), em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Em postagem nas redes sociais, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFF contou que os estudantes compareceram ao auditório da Faculdade de Economia, no bairro Gragoatá, para receber retornos sobre as demandas da greve dos três setores da universidade, que foi iniciada no final de abril, e sobre a reunião entre o reitor Antônio Claudio Lucas da Nóbrega e o Governo Federal sobre a situação orçamentária.
No entanto, o reitor não compareceu na audiência e mandou representantes. Para o DCE, o ato é "mais um descaso com os estudantes". Após a sessão, os alunos fizeram um ato e foram até a reitoria com o objetivo de ocupar o prédio. De acordo com o DCE, eles foram recebidos por seguranças com truculência, havendo até estrangulamento, socos e puxões de cabelo.
"É um absurdo que o reitor fure um compromisso marcado há mais de uma semana com a comunidade acadêmica e ainda recebemos violência por cobrar que o reitor nos escute. Agora é ocupação na reitoria e só sairemos com nossas demandas escutadas. Mesmo com extrema violência, conseguimos entrar na reitoria e o conjunto de estudantes de Niterói e dos interiores decidiram por ocupar o espaço até que haja um compromisso real do reitor Antônio Cláudio com a comunidade acadêmica que o elegeu para seu cargo. Seguimos em luta!", disse o diretório.
O que diz a UFF?
Em nota divulgada nesta quarta-feira (19), a UFF se manifestou citando a situação como "graves episódios de violência e desrespeito por parte de alguns estudantes." De acordo com a universidade, o Pró-Reitor de Planejamento, Júlio Andrade de Abreu, e sua equipe foram impedidos de sair do auditório onde a audiência seria realizada por um grupo de estudantes, que trancou o local, exigindo a presença do reitor para liberar os servidores.
A UFF afirmou que, após a liberação, os alunos foram até a reitoria, forçaram a entrada e a agrediram os funcionários que trabalham na segurança patrimonial do Cine Arte UFF.
"Esses acontecimentos demonstram que as tentativas de diálogo chegaram a um ponto insustentável. A não aceitação de um Pró-Reitor e sua equipe técnica como representação oficial da Reitoria para tratar de um tema específico da pasta desconsidera o trabalho coletivo e em equipe realizado pela gestão. Além disso, agressões e desrespeito aos funcionários da UFF não podem ser toleradas", diz o pronunciamento.
Diante do ocorrido, a reitoria cancelou as audiências que já estavam agendadas para discutir o orçamento da universidade. A UFF explicou que a medida é necessária para garantir a segurança de todos os participantes e preservar a integridade do ambiente universitário.
Ainda segundo a UFF, todas as medidas legais serão tomadas para apurar e responsabilizar os envolvidos nos excessos cometidos.
A UFF reafirma seu compromisso com a educação pública, gratuita e de qualidade, e reforça que não pode tolerar atos de violência e desrespeito. Continuaremos empenhados em buscar soluções pacíficas e dialogadas, mas sem o respeito mútuo e a ordem institucional, todos os investimentos na construção de um debate democrático ficam ameaçados", completou o comunicado.
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