Mãe acusa funcionários do Espaço de Desenvolvimento Infantil Renée Biscaia Raposo de dopar filho de 2 anos Reprodução/ Google Maps

Rio - Uma professora e três agentes de educação infantil estavam na sala de aula no dia em que o menino de 2 anos teria sido dopado no Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) Renée Biscaia Raposo, em Cosmos, Zona Oeste do Rio. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (28) pela Secretaria Municipal de Educação do Rio (SME). Todas as funcionárias foram afastadas da unidade.
A pasta instaurou uma sindicância e afirmou que está repassando informações sobre o caso à Polícia Civil. Funcionários da SME prestaram depoimento na 36ª DP (Santa Cruz) na última quinta-feira (27). O caso é investigado como um crime previsto na Lei de Drogas já que, segundo delegado Edézio Ramos, titular da 36ª DP, foi comprovada a presença de Zolpidem, substância que faz parte do grupo de hipnóticos e sedativos, no sangue e no organismo do menino pelo exame laboratorial.
O Zolpidem é qualificado por uma normativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como um elemento psicotrópico, ou seja, uma droga. Em maio, a Anvisa aprovou um aumento do controle para o medicamento, que costuma ser usado contra a insônia. Com a mudança, qualquer medicamento contendo a substância deverá ser prescrito por meio de Notificação de Receita B (azul).
O caso
Uma mãe de um aluno da rede municipal de educação usou as suas redes sociais para denunciar que o filho, de apenas 2 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi dopado em uma creche de Cosmos, na Zona Oeste do Rio.
Lays Torre Almeida contou que deixou o filho no Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) Renée Biscaia Raposo, localizado na Praça Alex de Paula Xavier, na Estrada do Gouveia, na manhã do último dia 14, onde ele entrou andando sozinho, andando e brincando normalmente.
Durante a tarde, ela foi buscar a criança. No entanto, segundo a mãe, o menino não conseguia se manter em pé. Lays destacou que o filho costuma deixar a unidade correndo em direção aos seus braços, mas ele não fez isso, pois estava tonto com sintomas de ter sido dopado.
"Eu falo isso com toda propriedade. O meu filho foi dopado. Eu peguei o meu filho visivelmente dopado. Ele ainda estava acordado, porém estava tonto, desequilibrado, ele não conseguia andar sem cair. Inclusive, no momento em que eu peguei o meu filho na porta da escola, ele só não caiu porque a mãe de um outro aluno segurou para ele não cair", disse.
Após o ocorrido, a mulher levou o filho ao Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, ainda na Zona Oeste, onde ele passou por uma lavagem estomacal. A criança também realizou exames de sangue em uma clínica particular, que deram positivo para Zolpidem, remédio usado para tratamento de insônia. De acordo com a mãe, a única medicação que o menino usa por indicação médica, para ajudar o seu desenvolvimento por conta do TEA, é o Canabidiol, que é ministrado apenas em casa.